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Nápoles poderá processar quem falar mal da cidade

Foi criado um site para recolher denúncias de ofensas a napolitanos

18 abr 2017 - 17h58
(atualizado às 18h00)
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Quem chamar a cidade de Nápoles de "esgoto da Itália", dizer que o vulcão Vesúvio deveria entrar em erupção e "lavar com fogo" os napolitanos e afirmar que toda a população local está envolvida com a máfia Camorra poderá, no futuro, ser processado. Após tantos anos de comentários maldosos, ofensas e xingamentos de todos os tipos, o município, com seu prefeito, Luigi de Magistris, à frente, dará um basta aos ataques contra Nápoles e seus habitantes a partir do site "Difendi La Città" ("Defenda a Cidade").

Foto: mikolajn / iStock

No portal, poderão ser denunciadas as ofensas que foram feitas, provando-as com fotos, áudios, vídeos e até screenshots de páginas e perfis de redes sociais que depois serão investigadas mais a fundo pela cidade para serem julgadas se assim for decidido pela polícia local. "Uma novidade interessante, uma comunidade que defende a própria comunidade", disse De Magistris.

No entanto, o anúncio do site já causou opiniões diversas, de quem aprova a iniciativa e de quem afirma que ela se trata de uma "caça às bruxas" com "métodos de Gestapo", como era chamada a polícia secreta do Estado alemão durante o nazismo. A apresentação do portal, que pode ser lida na própria página, afirma que "há tempo, mas mais frequentemente, se vê uma narrativa distorcida e, muitas vezes, difamatória da cidade de Nápoles, tonando-a em objeto de preconceitos, estereótipos e generalizações que trazem danos".

"Fizeram de tudo para nos destruir", resumiu o prefeito em dialeto napolitano que também ressaltou que o projeto não faz com que os napolitanos sejam vistos como vitimistas ou chatos. E se alguém for condenado a pagar pelos danos cometidos, o dinheiro recebido será destinado principalmente a "ações civis, pequenas ações para melhorar [...] a qualidade dos serviços" da cidade.

"Nápoles será a primeira cidade a ter um estatuto autônomo do terceiro milênio na Itália. O nosso é um projeto verdadeiro que não é contra ninguém, mas é para a cidade", concluiu De Magistris.

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Fonte: ANSA
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