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Lagoa de Karavasta, nova atração turística para amantes de natureza

16 mai 2016 - 10h05
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A lagoa litorânea de Karavasta está se transformando, após anos de degradação, em um destino ideal para os amantes do turismo ornitológico, graças à ressurreição da única colônia reprodutora de pelicanos-crespo na Albânia.

Até há pouco desconhecida pela maioria de albaneses, esta lagoa faz parte do parque nacional natural Divjak-Karavasta, que acolhe o maior número de aves na Albânia, entre 70 mil e 80 mil exemplares, de 242 das 330 espécies que existem em todo o país.

Este lugar de natureza virgem, com praias, densas florestas de pinheiros e pântanos, situado no litoral ocidental do Mar Adriático, se transformou em ponto de peregrinação para o turismo ornitológico.

Muitos turistas são estrangeiros e vêm de longe para observar aves, especialmente os pelicanos-crespos (Pelecanus crispus), um turismo incipiente na Albânia, país ex-comunista que permaneceu isolado durante quase meio século, entre 1944 e 1991.

Dos 6 mil turistas estrangeiros que visitaram em 2015 o parque, 1,2 mil fizeram unicamente para avistar aves, segundo comentou à Agência Efe Ardian Koçi, diretor do parque.

"Há três anos, quando comecei a trabalhar aqui, era inimaginável ver turistas estrangeiros. A floresta estava deserta. Nem sequer se ouviam cantos de pássaros. Meu escritório era coberto de capim e outras plantas espinhosas", acrescentou.

O diretor afirmou também que trabalhou duramente para devolver à paisagem animais como raposas, chacais, cervos, rouxinóis, esquilos e coelhos.

Mas a maior conquista é o aumento da colônia reprodutora de pelicanos-crespos, uma espécie protegida no mundo todo por estar em perigo de extinção.

De 34 casais reprodutores em 2014, o número aumentou para 46 em 2015 e para 53 neste ano, segundo afirmou Koçi, que foi recentemente anfitrião da festa dedicada ao pelicano, símbolo do parque.

Os guardas vigiam dia e noite para que ninguém se aproxime da pequena ilha no meio da lagoa onde os raros pelicanos fazem ninho, a qual não abandonaram desde o início de 1900, época na qual havia cerca de 250 casais.

A redução começou a partir dos anos 60, para atingir seu mínimo histórico em 2000, quando restaram apenas 18 casais de pelicanos.

A moratória à caça imposta em 2014, com probabilidade de uma extensão de outros cinco anos, e a criação em 2015 da Agência de Zonas Protegidas com pessoal especializado, melhorou a situação da fauna local, explicou à Efe Zamir Dedej, diretor desta agência estatal.

A intenção da agência é deixar para trás um passado caótico, cheio de caça ilegal, para transformar este parque de 4,3 mil hectares, o maior do país, em um local ecologicamente sustentável e de interesse turístico durante todo o ano.

"Estou muito feliz que no final estejamos defendendo o pelicano. O massacre contra eles começou após a queda do comunismo, em 1991. Os camponeses os matavam e roubavam os grandes ovos para consumi-los", disse Marie Shkoza.

Filha de um pescador, Shkoza veio especialmente desde os Estados Unidos para assistir à festa organizada pelo dia do pelicano, à qual compareceram também representantes de organizações ambientalistas, autoridades locais, estudantes e turistas.

"Tinha escutado que aqui viviam pelicanos, mas hoje os vi pela primeira vez através do binóculo. São brancos, com bicos grandes, muito lindos", contou Astrit Piho, um visitante.

Além do pelicano, no pântano são criados biguás e garças, cujas colônias reprodutoras podem ser "as únicas na Albânia", segundo explicou à Efe o ornitólogo Taulant Bino.

A erosão da ilha, o aquecimento do clima, a caça e pesca ilegal, a falta de fundos e planos de construção são alguns dos fatores que ameaçam a recuperação dos pelicanos e demais aves na lagoa de Karavasta, que está na lista Ramsar de Zonas Úmidas de importância internacional.

EFE   
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