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Etiqueta: veja como driblar problemas em viagens

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Danielle Barg

Viajar quase sempre está associado a sentimentos bons como reencontros, descobertas ou novos desafios profissionais. Mas estar a bordo de um avião ou ônibus também pressupõe a convivência temporária com seres humanos de todos os tipos, com culturas, históricos de vida e hábitos diferentes - o que parece falta de bom senso para uns, para outros, é apenas normal.

Paulo Vieira de Campos, 44 anos, é professor e autor do blog Mochileiro Corporativo, da revista Você S/A, e mora em São Paulo. De oito a dez vezes por mês, ele arruma as malas e embarca rumo à Curitiba, onde reside toda a sua família. Com tantas milhas viajadas, ele sabe listar, de olhos fechados, coisas que tiram qualquer um do sério. "Um comportamento que irrita é quando a aeronave está quase parando e o cara já levanta tira a sua 'pequena' mala do compartimento de cima e, depois, fica um bom tempo esperando em pé", ele observa.

Para driblar o incômodo, ele diz que pensa nos filhos e que a viagem já vai acabar, mas, no entanto, procura seguir algumas regras para não incomodar ninguém. "Quase sempre estou lendo, portanto fico quieto. Também procuro não ultrapassar meu espaço reservado para o braço". Para ele, a palavra de ordem em viagens é a paciência: "gritar nunca resolve nada". E você, sabe se comportar durante a viagem? Veja abaixo algumas regras básicas de etiqueta e, melhor do que isso: aprenda a se livrar dos "sem noção" de plantão, para, dessa forma, ter uma viagem muito mais tranquila.

Com educação, tudo se resolve

O contador de histórias: quem nunca se deparou com aquele vizinho que quer, a qualquer custo, puxar conversa? Para driblar a situação, Ligia Marques, que é consultora de etiqueta e autora do livro Sem noção, indica: "tenha sempre um livro a mão para dizer à pessoa que precisa terminar essa leitura o quanto antes. Ou responda com palavras do tipo "sim", "não", "pois é", não esticando a conversa."

Troca-troca: em viagens de ônibus ou avião, uma situação bastante comum é quando duas pessoas não conseguem comprar bancos juntos e, ao embarcar, pedem para trocar de assento. Se você não se importa em trocar, não custa fazer esta gentileza. Caso contrário, seja franco e educado com a pessoa, dizendo que prefere ficar no lugar que está.

Soneca: o vizinho pegou no sono e acabou caindo sobre o seu ombro. Neste caso, a indicação é pedir com educação que ele vire para o outro lado.

No último volume: se o vizinho estiver com o volume tão alto que ultrapassa até mesmo o fone de ouvido, não se intimide: "Peça que abaixe: 'se incomoda em abaixar um pouco o volume? Obrigada'", indica Lígia.

Senta, levanta: "se você costuma dormir durante o maior tempo do voo, ou prefere não ser incomodado com a movimentação de outros passageiros, o ideal é marcar seu assento junto às janelas", indica Vanessa Marques, gerente do departamento aéreo da agência IP Travel.

Briga por espaço: tanto em ônibus como em aviões, o compartimento interno para malas de mão costuma ser pequeno. Vanessa aconselha: "se você está trazendo alguma mala a bordo, o ideal é que seja pequena e que você procure embarcar logo no avião, pois os últimos a embarcarem sempre terão certa dificuldade para encontrar espaço disponível. Se isso acontecer com você, peça para a comissária lhe ajudar a localizar um compartimento com espaço disponível."

Botando o papo em dia: algumas pessoas realmente não conseguem dormir a bordo e ficam conversando o tempo todo com seus familiares ou amigos. Por isso, Vanessa recomenda o fone de ouvido como principal aliado nestes momentos. "Mas se o seu vizinho estiver passando do ponto, você pode informar aos comissários de voo e eles resolverão a situação para você."

Esse lugar é meu!: outra situação comum é a troca de lugares por engano. Se algum passageiro insistir que o lugar onde você está sentado, na verdade é dele, não hesite em chamar algum funcionário da viação de ônibus ou da tripulação para resolver a questão sem constrangimentos.

Cada um no seu quadrado: caso o passageiro do lado seja obeso e acabe invadindo a sua poltrona, procure a comissária ou funcionário da viação. "Reclamar diretamente com o passageiro poderá fazê-lo sentir-se humilhado ou discriminado", indica Vanessa.

Seja um bom passageiro

A briga pelo braço da poltrona: para prevenir aquela situação chata de ficar "brigando" por espaço, Lígia indica: "devemos usar o lado esquerdo e deixar o direito para o vizinho. Pode-se chegar a um acordo também. Não há uma regra além do bom senso."

Atenção passageiros, hora de desembarcar: "não precisa ter muita pressa. Se só tiver bagagem de mão, aguarde a liberação dos comissários de bordo para se levantar e seja gentil: não atropele ninguém e entre na fila com calma".

Uso do celular: no avião, o celular deve ser desligado. Mas no ônibus o uso é permitido, porém, com bom senso. Usar o modo vibratório, falar somente o essencial e avisar a pessoa do outro da linha que você está em trânsito são as orientações fornecidas pela consultora Lígia.

Tirar o sapato pode?: "em viagens aéreas muito longas, pode fazer isso, uma vez que os pés incham. Mas cuide para estar com meias limpas e pés cheirosos", indica Lígia.

Fominha no meio da noite: a indicação da especialista é que a pessoa evite fazer barulho ao comer. A pessoa pode também optar por esperar as paradas do ônibus para se alimentar ou, no avião, na hora em que os demais passageiros também recebem as refeições.

Crianças a bordo: os especialistas indicam que os pais tenham bom senso e carreguem para dentro do avião ou ônibus objetos que fazem parte do cotidiano da criança, como brinquedos, travesseiros, mantas e chupetas. "Além disso, é muito importante marcar os assentos previamente para que a família fique na mesma fileira e consultar um pediatra sobre como reduzir a pressão no ouvido da criança durante o pouso e decolagem", indica Vanessa. "Para bebês pequenos, sou da opinião que vôos noturnos são mais adequados e uma ajuda de calmante natural pode ser uma boa solução", recomenda Lígia.

Em caso de extravio: o extravio de malas é a típica situação que tira qualquer um do sério e, nestes momentos, é difícil lembrar das regras de boa educação e etiqueta. De acordo com Suzamara Bastos, professora do Centro Educacional de Aviação do Brasil (CEAB), é preciso manter a calma. "Procure um funcionário da empresa e faça o protocolo, sempre com educação e calma, pois a empresa resolverá essa questão, basta ter paciência. Aguarde o prazo para entrega e, se não for cumprido, volte a ligar para a empresa."

Atrasos: de acordo com Vanessa, as aeronaves têm horários rígidos para pouso e decolagem, em virtude do grande volume de tráfego aéreo. "Por isso, ainda que o atraso seja de poucos minutos, se o funcionário da companhia aérea não permitir seu embarque, procure compreender a situação e respeitar os demais passageiros que chegaram no horário previsto para embarque."

Não abuse dos comissários: "um dos problemas mais comuns com relação à falta de educação e etiqueta é a forma como as pessoas falam com comissários, a forma como os chamam. Muitas pessoas não têm esse conhecimento, mas é necessário chamá-los apenas para o caso de emergências ou se alguém estiver passando mal", indica Suzamara.

Seja educado com os funcionários: se dirija aos funcionários da viação de ônibus ou da tripulação com respeito e educação. Essa ainda é a melhor forma de receber, em troca, um bom tratamento.

Saiba como evitar situações incômodas durante suas viagens, como aquele vizinho que insiste em usar seu ombro como travesseiro
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Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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