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Espanha mostra potencial das Ilhas Canárias e sua experiência em cruzeiros

5 abr 2017 - 21h39
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O órgão público espanhol Puertos del Estado, que participa da Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, a Intermodal South America 2017, a maior de seu gênero no Brasil, destacou nesta quarta-feira o potencial que oferecem para a região sul-americana as Ilhas Canárias e também sua experiência no turismo de cruzeiros.

"Estão aqui alguns representantes das diretorias comerciais dos portos das Canárias para colocar em evidência todas as possibilidades das Ilhas Canárias, em todos os aspectos", afirmou à Agência Efe o presidente da Puertos del Estado, José Llorca, que lidera a numerosa delegação espanhola na feira.

O órgão lidera a participação, com vários estandes, dos portos espanhóis na feira, que começou na terça-feira e termina amanhã nos pavilhões do centro de convenções Transamerica Expo Center, na zona sul de São Paulo.

"Neste momento muitas empresas europeias, norte-americanas e também da América Latina estão optando pelas Ilhas Canárias como base logística para seus desenvolvimentos na África", ressaltou Llorca.

Para o titular da Puertos del Estado, o arquipélago das Canárias oferece tanto possibilidades de "distribuição de produtos como grãos e frutas", como de "apoio ao desenvolvimento industrial e da mineração que está ocorrendo na África", uma região com a qual o Brasil aproximou suas relações nos últimos anos.

"As Canárias são parte de uma região europeia com os benefícios fiscais de região 'ultraperiférica' muito relevante e muito bem localizada no Atlântico. É ponto de conexão entre o continente americano, a África e a Europa e, por isso, as possibilidades são enormes", além da "segurança jurídica e de uma posição geográfica invejável", citou o diretor da companhia.

De acordo com Llorca, "neste momento estão sendo analisados temas comerciais para a exportação de carne argentina, do Paraguai, para temas de cereais, a soja do Cone Sul e, inclusive, já há bastante interesse e estão sendo desenvolvidas novas infraestruturas para esse tipo de trânsito nos portos de Las Palmas e Tenerife".

Llorca também lembrou que a ONU e a ajuda americana para a distribuição de alimentos em casos de emergência têm as Ilhas Canárias como uma base logística, especialmente o porto de Las Palmas, de onde se coordena a ajuda humanitária para o continente africano quando é necessário.

"Isso é muito relevante e indica o enorme potencial das Ilhas Canárias", enfatizou Llorca.

A Puertos del Estado participou nos últimos anos e contribuiu na troca de experiências e na cooperação para o desenvolvimento e na gestão portuária no Brasil, como no caso do porto de Santos, o principal do país.

A interconexão com as redes de ferrovias para o transporte de carga, a modernização de processos, os adiantamentos tecnológicos e os sistemas de segurança foram alguns dos tópicos nos quais especialistas espanhóis contribuíram para o desenvolvimento de terminais marítimos no Brasil.

Outra dessas experiências, que segundo Llorca pode ser mais explorada entre América Latina, com o Brasil à frente, e Espanha é a de transporte de passageiros com o turismo de cruzeiros.

"Na Espanha, é muito importante o turismo de cruzeiros, que representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) turístico do país". "Somos um país muito turístico, com mais de 70 milhões de visitantes por ano e temos uma enorme experiência no Mediterrâneo, que queremos estender a outras áreas geográficas", disse Llorca.

Para o presidente da Puertos del Estado, essa experiência é "muito relevante", já que, na Espanha, o turismo de cruzeiros gera tanta receita pela atividade turística como pela "reparação e pelo abastecimento de navios, porque é uma indústria muito global, com basicamente 28 mil empregos diretos" no país ibérico.

"Antes, o turismo de cruzeiros estava muito limitado ao Mediterrâneo e ao Caribe e, neste momento, está em desenvolvimento em outros lugares, e aí pode entrar o Brasil e o Cone Sul, com novas experiências e novos destinos, e nossa experiência pode servir para muitos países", ressaltou o presidente do órgão estatal espanhol.

No entanto, Llorca acrscentou que, além de melhorar a infraestrutura dos novos píeres e estações marítimas, os países necessitam de uma "boa oferta terrestre" para "se consolidarem como destino" e, nesse sentido, a Espanha pode fornecer sua experiência aos países que estão em pleno "desenvolvimento de cruzeiros", como o Brasil.

EFE   
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