Cuba projeta para 2030 construção de 108 mil novos quartos para turismo
Cuba projeta construir cerca de 108 mil novos quartos destinados ao turismo, como parte do Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para 2030 que nesta segunda-feira é debatido por delegados no VII Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC, único), que terminará amanhã em Havana.
O ministro de Turismo na ilha, Manuel Marrero, anunciou que o projeto já identificou os possíveis locais para as futuras instalações, segundo publica a imprensa nacional que informa desde o conclave, ao qual os meios de comunicação estrangeiros credenciados no país não têm acesso.
As novas capacidades se somarão à criação de "outras atividades extra-hoteleiras como marinas e campos de golfe", afirma o jornal oficial "Granma", porta-voz do PCC.
Marrero precisou que em paralelo será realizado um programa de investimento "para elevar a categoria e os padrões da planta atual".
"Não podemos cometer o erro de outros países que, ao ter novo desenvolvimento, deixaram no esquecimento os hotéis velhos. O turismo tem efeito multiplicador e o setor está em condições de impulsionar o desenvolvimento de outras áreas da economia para criar encadeamentos produtivos", precisou o ministro, citado pelo órgão oficial do PCC.
Para Cuba, a aspiração é que "este setor estratégico finalmente se transforme em uma locomotiva da economia nacional", um propósito que o presidente cubano Raúl Castro ratificou no sábado durante o extenso relatório central que abriu a jornada inaugural do congresso.
Castro anunciou que o programa de investimentos nos hotéis nos principais destinos turísticos da ilha "caminha a bom ritmo" e lembrou que será retomada a construção de emblemáticas instalações de luxo em Havana "para enfrentar o déficit quartos" atual.
"Cada hotel que inaugura é gerado algo a mais dentro de nossas fronteiras", insistiu o primeiro-secretário do PCC.
Desde 2011 Cuba criou mais de 10,9 mil novas vagas hoteleiras e foram reconstruídas outras 7 mil, o que se une aos mais de 14 mil quartos nas casas de arrendamento privado ou "casas particulares", um setor em aumento e que vem a atenuar em parte a alta demanda.
A ilha ultrapassou pela primeira vez em 2015 os 3,5 milhões de visitantes, um "boom" que coincide com o degelo nas relações com os EUA e a flexibilização nas restrições de viagens aos cidadãos americanos.