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Vidente mostra que não se deve apostar na derrota do próximo

18 nov 2016 - 14h36
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A espiritualidade frequentemente nos ensina a desenvolver a modéstia. Pensava nisso quando me deparei com uma das histórias de Balaan, famoso sábio oriental, bom exemplo.

Certa tarde, num café, dois homens ricos se encontraram. O lugar estava cheio, conversas se cruzavam. Um dos homens, vendo que o sábio Balaan, importante professor, ocupava a mesa dos fundos, afirmou que sentava ali a pessoa mais equilibrada da cidade, aquele que nunca se descontrolava.

O outro homem, apostador inveterado, desafiou: “Que nada, consigo facilmente irritar esse tal sábio”. “Duvido”, disse o primeiro. Animados, selaram rápido uma aposta. Então, o desafiador levantou-se e seguiu até a mesa do velho sábio. Balaan, inclinado sobre um enorme livro, lia tranquilo e deliciado. Quebrando o silêncio, o homem que pretendia exasperar o professor, perguntou: “Balaan? És o tal sábio Balaan?”

Sem zangar-se, o sábio respondeu polidamente ao desconhecido. “Sim, meu querido amigo! O que deseja?” O intruso, fingindo inocência: “tenho uma pergunta importante. Se você é tão sábio, por que precisa estudar tanto?”

Apostar na felicidade do próximo é sempre o melhor caminho
Apostar na felicidade do próximo é sempre o melhor caminho
Foto: martin-dm / iStock

Balaan percebeu a chacota, mas não se contaminou com o tom e insolência da pergunta. “Ah, eis uma indagação realmente importante”, afirmou serenamente. “Trata-se do seguinte: nessa vida somos todos bebês, bem pequenos, e, por isso, precisamos de estudo para avançar um pouquinho que seja”. O apostador, afastando-se, agradeceu frustrado. Pensou consigo: “em dez minutos volto e faço com que ele exploda”.

Dez minutos depois, a cena se repete. O homem torna a se aproximar, tirando Balaan da sua leitura. “Oh, prezado amigo, posso ajudá-lo outra vez? Quer perguntar outra coisa?” Desafiadoramente indaga o provocador: “você não se cansa de estudar todos os dias? Seus olhos não ardem?”

“Pergunta profunda”, comenta sorrindo o sábio. “Posso dizer apenas que todos atravessamos um enorme deserto, o vento levanta muita areia, nossos olhos acabam feridos, mas, com coragem, é preciso prosseguir”.

O apostador, outra vez, vai embora furioso. Retorna ainda duas vezes, de dez em dez minutos, para cenas parecidas. Descia a noite quando opta por uma última investida, a quinta. Balaan, como sempre, pacifico: “mais uma questão importante? Pergunte o que quiser, abra seu coração, ouço com atenção”.

Desarmado o apostador confessa: “não. Agora vou contar a verdade. Acabo de perder uma boa soma de dinheiro. E tudo por sua culpa”. “O que aconteceu?”, indaga Balaan tentando acalmá-lo.

Furioso o homem relata a aposta perdida. “Agora sim”, comenta Balaan com o rosto iluminado. “Uma verdadeira oportunidade para transformar nossa estranha conversa ao longo dessa tarde em verdadeiro aprendizado. Entenda que você não deve apostar na derrota de um homem. O importante é construir com o outro, assim como fiz com você, uma relação de compreensão”.

Ensinamento interessante e produtivo. Que a paz de espírito de Balaan nos sirva de referência. Assim podemos avançar rumo à harmonia de entender os outros e galgar maior lucidez ao cultivar a modéstia. Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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