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Aos 70, elas fazem planos e celebram a vida

Mulheres mostram que não há idade limite para idealizar projetos e permanecer ativas

2 set 2016 - 08h00
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Está muito enganado quem pensa que envelhecer é um convite ao tédio e à estagnação. As mulheres que hoje entram na faixa dos 70 anos provam isso como ninguém. Ativas e produtivas, elas não querem parar de fazer planos, especialmente quando se trata de buscar felicidade e prazer. Viagens, encontros com as amigas, um bom vinho: tudo isso entra no dia a dia delas, que celebram a vida conforme o tempo passa.

A aposentada Barbara, de 69 anos, em um de seus passeios
A aposentada Barbara, de 69 anos, em um de seus passeios
Foto: Arquivo pessoal

A aposentada Barbara Foggetti de Almeida vai completar a sétima década de vida em fevereiro, e continua a pegar o carro quando quer assistir ao pôr do sol na praia ao lado do marido. Europeia naturalizada brasileira, ela mora no Brasil desde 1950 e viveu durante 30 anos em São Paulo. Quando se aposentou, há 10 anos, resolveu fazer as malas rumo a Navegantes, no litoral de Santa Catarina. 

Foi nesse mesmo período em que ela decidiu entrar novamente na faculdade, na época aos 59 anos, no curso de Odontologia. “O segurança me orientava a ir para à clínica, mas eu dizia não, vou pra secretaria fazer minha inscrição. Ele não conseguia entender”, conta. Ela já era formada em História Natural.

Começou Odontologia, mas teve de trancar para ajudar a cuidar do marido. Hoje, se pudesse, cursaria Farmácia. “Eu até penso, mas existe preconceito. O velho é tido como perfeito imbecil. Muitas vezes me perguntam qual o meu nominho. Uma mulher do meu tamanho ter nominho?”, questiona, contando que pesa 85 quilos. “Sou massuda, e extremamente ágil”, diz.

Para Barbara, 24 horas em um dia é pouco. “Infelizmente. Devia ter 36 horas”, brinca. Além de cuidar da casa, de quatro gatos e de quatro cachorros, ela integra o Conselho Municipal de Cultura de Navegantes e restaura móveis. “Se eu quiser assar um bolo, tenho que ser de madrugada, porque de dia não sei se vai dar para ficar na frente do forno contando o tempo”, diz.

Em maio, Barbara retornou da última aventura: completou 160 quilômetros a pé do caminho português de Santiago de Compostela, percorridos em sete dias. Ainda quer fazer algumas viagens, mas não sabe quais. O envelhecimento, para ela, é apenas um processo biológico. 

“Enquanto estiver viva, não vou ficar parada esperando a morte. Não é que depois de velha eu soltei a franga, apenas tive mais liberdade e mais tempo. O pessoal acha que sou maluca, mas não sou. Faço tricô, crochê, assim como tive jipe, acampei, participei de rally”, diz.

Sempre com planos

A aposentada Iracema Immig, 71 anos, mora em Santa Cruz do Sul, interior do Rio Grande do Sul, faz hidroginástica há 21 anos, gosta de se cuidar todos os dias, e conta que, apesar de ter feito viagens menos nos últimos anos, ainda quer conhecer muitos lugares. “A gente sempre tem planos, sempre pensa em fazer alguma coisa a mais. Se eu tiver saúde, quero aproveitar a vida”, conta.

Iracema faz hidroginástica há 21 anos
Iracema faz hidroginástica há 21 anos
Foto: Arquivo pessoal

Iracema cuida da pele com cremes e gosta de manter o cabelo bem cortado e escovado. “Não sou de muita maquiagem, mas batom e creme mais leve eu gosto, não muito maquiada”. O importante é estar bem consigo mesma para levar adiante seus planos.

80 com pique 70

A paulista Frida Weingarten já vai sair da casa dos 70. Aos 79, enfatiza: “A vida é muito importante para mim. Adoro viver. Vou fazer 80 anos em setembro, e ando muito orgulhosa da minha idade. Uma época eu não gostava de falar, isso aos 60 e poucos, não sei por qual motivo. Agora, aos 80 anos, tenho orgulho da minha idade”.

Frida tem 79 anos e, mais do que nunca, sente orgulho da idade
Frida tem 79 anos e, mais do que nunca, sente orgulho da idade
Foto: Arquivo pessoal

Nas segundas e quartas, faz aula de hidroginástica. Nas terças e quintas, pilates, e as sextas-feiras são intercaladas por aulas de yoga ou tai chi chuan. Todas as segundas-feiras, se reúne com as amigas para jogar tranca, em sessões que vão das 14h às 19h. Nas sextas, uma nova turma se reúne para o bridge, que costuma terminar só depois das 21 horas. Além disso, faz trabalho voluntário.

“Sobra pouco tempo. Quando consigo, vou ao cinema de tarde. Gosto da minha rotina. Sou muito independente, guio, tenho carro. Algumas vezes eu passo o fim de semana na praia, no Guarujá. Sempre levo amigas, duas, quatro, e eu que vou dirigindo”, conta.

Aposentada, trabalhou como secretária e como vendedora. Diz que ainda quer fazer muitas coisas, entre elas viajar. “Enquanto as minhas pernas me ajudam, eu gostaria de viajar. Quero visitar Portugal e Espanha, e a segunda viagem é uma coisa que ninguém quer fazer comigo. Quero fazer umaviagem de navio pelo caribe. Me sinto assim com uma vontade doida de viver muito”, diz.

Fonte: Terra
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