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Tunísia admite que não estava preparada para um atentado na praia

30 jun 2015 - 10h37
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O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, reconheceu em uma entrevista nesta terça-feira que as forças de segurança de seu país não estavam preparadas para um atentado como o que ocorreu na praia turística de Sousse, deixando 38 mortos.

"É certo que nos surpreendeu. Tomamos medidas para o mês do Ramadã, mas não pensamos que algo poderia acontecer numa praia", afirmou presidente à rádio francesa Europe 1.

Além do impacto que teve no mundo, o ataque na praia tunisiana pode causar uma perda de 450 milhões de euros em 2015 em termos de turismo, segundo o ministério do setor.

Os tunisianos prosseguiam depositando flores e mensagens no local do ataque, onde já não se vê qualquer dispositivo de segurança.

Até o momento foram identificadas 26 das 38 pessoas mortas. A maioria estava no momento do ataque em traje de banho, sem documentos, o que dificulta a identificação.

Os identificados são 18 britânicos, três irlandeses, dois alemães, uma portuguesa, uma belga e um russo.

Depois do ataque, milhares de turistas foram retirados do país pelas agências de turismo.

Túnis anunciou na segunda-feira as primeiras detenções relacionadas ao pior atentado de sua história.

O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque de sexta-feira, quando um estudante tunisiano invadiu a praia do hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui, perto de Sousse (140 km ao sul da capital Túnis), com um fuzil kalashnikov escondido em seu guarda-sol e disparou contra os turistas.

Um vídeo amador que circulou nas redes sociais mostra a silhueta do terrorista caminhando tranquilamente pela praia, enquanto o autor das imagens passa entre corpos ensanguentados.

O suposto assassino foi identificado pelas autoridades como Seifeddine Rezgui, de 23 anos.

Ele teria se radicalizado "principalmente" pela internet, informou o primeiro-ministro, Habib Esid.

Este ataque, o pior já realizado por jihadistas na história da Tunísia, acontece meses depois do executado no Museu do Bardo, em 18 de março, no qual 22 pessoas morreram, 21 turistas e um policial.

Após o ataque ao Bardo, os jihadistas ameaçaram com novos atentados durante o período turístico.

Este é o terceiro ano consecutivo que a Tunísia é atingida por ataques durante o verão e durante o mês sagrado do Ramadã.

Em julho de 2013 foram assassinados o deputado Mohamed Brahmi na capital e oito soldados no Monte Shaambi, frnteira com Argélia.

Em julho de 2014, o exército teve 15 mortes.

"Se aconteceram falhas, serão adotadas sanções imediatamente", afirmou Caid Essebsi, em referência ao fato de que, segundo algumas fontes, o assassino conseguiu disparar durante 30 minutos antes da ação das forças de segurança.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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