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Na Jordânia, Mar Morto e Mar Vermelho oferecem turismo 5 estrelas

1 jul 2009 - 11h06
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A indústria do turismo é a segunda maior fonte de renda contribuinte para o Produto Interno Bruto (PIB) da Jordânia, atrás apenas do envio de divisas por jordanianos que moram no exterior. É fácil entender porque as grandes redes hoteleiras investiram milhões de dólares nos últimos anos na construção de resorts e na capacitação de profissionais em dois pontos da Jordânia. A região do Mar Morto, mais ao norte do país, e Aqaba, no extremo sul, são duas das regiões que abrigam colossais complexos de turismo cinco estrelas.

Hotel na região do Mar Morto oferece luxo e conforto para os hóspedes
Hotel na região do Mar Morto oferece luxo e conforto para os hóspedes
Foto: Renato Beolchi / Terra


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Mar Morto
A região do Mar Morto fica a pouco mais de 40 km da capital Amã. Nos últimos anos, o local se desenvolveu com a construção de resorts de luxo na costa, como o Kempinski Ishtar e o Mövempick. Entretanto, bangalôs nesses hotéis podem custar cerca de mil dólares por noite. As opções de acomodações mais econômicas passam longe de ser uma pechincha: cerca de US$ 200 por uma suíte de casal.

Por outro lado, a vantagem de resorts de alta classe como o Kempinski e o Mövempick são as acomodações e atrações do local. O Kempinski, por exemplo, conta com uma grande quantidade de restaurantes diferentes e mais de 20 piscinas diferentes. O complexo do hotel é tão grande que o deslocamento em carrinhos elétricos é quase obrigatório para se cobrir as maiores distâncias.

Além disso, todos os hotéis estão na costa do Mar Morto, a principal atração da região, não apenas pela curiosidade de sua alta salinidade, mas também pela riqueza de suas águas. Segundo os profissionais dos hotéis, a água do Mar Morto tem pelo menos 28 diferentes tipos de sais minerais. É por conta dessa riqueza mineral que a lama do Mar Morto é considerada terapêutica.

Nas praias particulares dos hotéis, ficam baldes com lama do fundo do Mar Morto que são retirados todos os dias. A tradição e recomendação dos locais é que cobrir o corpo inteiro com a lama é bastante terapêutico. A fama dos produtos feitos com lama do Mar Morto é tão grande que um dos presentes campeões de venda do país são produtos cosméticos feitos com o material. A própria lama pura chega a ser comercializada em bisnagas.

Mergulhar nas águas do Mar Morto é, porém, a atividade obrigatória. A elevada salinidade da água faz com que o corpo bóie completamente. E o próprio hotel encoraja os turistas a tirarem a clássica foto da leitura de jornal enquanto se flutua. Para isso um cestinho com jornais velhos é facilmente encontrado ao lado das cadeiras da praia.

Mas as belezas naturais da região, em si, não guardam nada de paradisíaco. O litoral do Mar Morto na costa jordaniana é de pedras. Por isso a faixa de areia é artificial e estreita. Mergulhar nas águas também não é tarefa simples por conta do excesso de pedras. Os hotéis, entretanto, facilitam o acesso às águas com decks que avançam sobre o Mar Morto. Mas é preciso tomar cuidado com os mergulhos. É muito comum algum turista se descuidar e deixar água entrar nos olhos. A alta presença de sal irrita facilmente o globo ocular causando forte desconforto.

Apenas para passar o dia
A proximidade com Amã faz com que o Mar Morto seja facilmente acessível para uma corrida de táxi. Os taxistas da capital costumam cobrar cerca de 45 dinares (cerca de US$ 50) por uma visita ao local.

Por ser uma região de fronteira, o policiamento na região impressiona. Há vários postos de fiscalização e blindados com baterias antiaéreas em boa parte da estrada que beira o Mar Morto. Ainda que seja tentador registrar essa presença militar na região, tirar fotos dos soldados é proibido, e não é raro eles abordarem turistas desinformados pedindo que apaguem as fotos.

O pôr do sol e o entardecer na região do Mar Morto são espetáculos à parte. Por ser uma região abaixo do nível do mar, a linha do horizonte parece estar acima do comum. Por isso, quando o sol começa a se esconder sem que seja possível enxergar o limite do horizonte, fica uma impressão curiosa de que o astro se escondeu antes da hora. As madrugadas de lua cheia também merecem uma noite em claro. Ela pinta com seu reflexo toda a extensão do Mar Morto até a costa da Cisjordânia, em Israel. De lá, é possível também ver o halo alaranjado que a iluminação de Jerusalém emite durante a noite.

Aqaba
A cidade portuária de Aqaba está a quase 300 km de Amã, na costa do Mar Vermelho, e mais precisamente no golfo que leva o nome da cidade jordaniana. É também a única cidade que faz fronteira direta com outro município israelense: Eliat. Apesar do conflito entre palestinos e israelenses, o clima nas duas cidades é bastante ameno. A explicação, dada por um palestino que trabalha em um hotel israelense é a própria economia das duas cidades. Tanto Aqaba quanto Eliat vivem do turismo, por isso é imperativo que a região tenha uma certa estabilidade.

A principal diferença entre Aqaba e a região do Mar Morto, é que na cidade ao sul do país há um perímetro urbano bem delineado. Por outro lado, a cidade em si oferece muito poucas atrações, por isso um passeio por Aqaba é quase desnecessário. Os hotéis tratam de driblar essa questão oferecendo opções de entretenimento dentro de suas dependências. Mas o grande passeio em Aqaba mesmo é o aluguel de um barco.

Os valores variam muito de acordo com a quantidade de pessoas no passeio e o tipo de embarcação que fará a viagem. Algumas lanchas contam com um casco de vidro reforçado. Isso permite que os turistas vejam os recifes da costa sem precisarem mergulhar. A maioria dos passeios de barco contempla ainda uma passagem sobre um navio afundado na região. Para os mergulhadores certificados com carteirinha da Padi, a associação internacional que regulamenta a atividade, é possível alugar equipamento completo na maioria dos hotéis.

A vida noturna tanto de Aqaba quanto de Eliat é bastante agitada. Boates e bares iluminam a noite das duas cidades. Apesar de tentador, cruzar a fronteira para o lado israelense pode ser bastante incerto. É difícil prever se a segurança dos postos aduaneiros vai ou não permitir a entrada. Por isso o mais garantido é arriscar na hora e tentar a sorte. Mesmo que não seja possível, a noite em Aqaba destoa bastante da realidade diurna e monótona da cidade.

Nesta quinta-feira, leia sobre a maravilha moderna de Petra na quarta matéria do especial sobre a Jordânia.

O jornalista Renato Beolchi viajou a convite do Jordan Tourism Board.

Fonte: Terra
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