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Mendoza para comer e beber: o que o Terra elege de melhor

Saiba como o "oásis argentino" pode surpreender os turistas com sua cozinha e cultura do vinho

4 ago 2015 - 12h37
(atualizado às 15h32)
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Foto: Luisa Migueres / Terra

É fácil descobrir o que há por trás do aspecto saudável dos habitantes de Mendoza. As bochechas rosadas e o sorriso acolhedor, marcas dos mendocinos, têm um fator elementar da cultura da província argentina: o vinho. Responsável por cerca de 80% da produção do país, a região é um verdadeiro orgulho nacional e se tornou um dos principais destinos para os enófilos do mundo ao longo das últimas décadas.

 “Aqui o vinho é alimento”, explica Santiago Orozco Russo, diretor da bodega Andeluna, localizada no Valle de Uco, uma das cinco zonas de produção da província. Ou seja, a bebida não só é considerada acompanhamento essencial para as refeições, como se tornou protagonista da gastronomia local no decorrer dos anos. Hoje, é impossível conhecer Mendoza sem provar seus rótulos mais famosos.

Mendoza, terra do vinho : conheça 5 vinícolas para visitar:

Ao longo de seus 148.827 km de extensão, a potência do vinho argentino abriga mais de 800 vinícolas, e cada uma tem sua peculiaridade. Rústicas, modernas, gigantes, modestas. E os guias e produtores locais garantem que não existe rivalidade. Aliás, as bodegas podem vir a depender uma das outras, uma vez que têm quantidade excessiva de uvas, por exemplo, e precisa vender a matéria-prima, ou comprar materiais próprios para armazenamento.

Para quem não é profundo conhecedor, o enoturismo pode ser intimidador no início. Mas depois ele se revela uma verdadeira experiência de imersão. Os termos, além de ficarem mais familiares, também passam a fazer mais sentido, ensinando ao paladar o significado de taninos, retrogosto, notas florais etc.

Conheça as cinco melhores vinícolas eleitas pelo Terra:

Em Godoy Cruz, distrito próximo à região metropolitana, está a imponente CARO, resultado de uma parceria de duas famílias tradicionais no mundo do vinho, a espanhola Catena, dona da gigante Catena Zapata. Depois de visitar as salas onde as barricas ficam armazenadas, e provar os vinhos mais famosos da casa, o ideal é esticar o passeio até o restaurante 1884, em uma espécie de anexo, do chef Francis Mallmann. É lá que você pode encontrar um churrasco argentino de primeira, servido em pequenas porções, para harmonizar com tintos, brancos e espumantes produzidos no quintal do vizinho.

Parrillada argentina do restaurante 1884
Parrillada argentina do restaurante 1884
Foto: Luisa Migueres / Terra

Para um jantar em clima mais intimista, a bodega El Enemigo, em Gualtallary, é a melhor pedida. Abrindo as portas pela primeira vez ao público, a casa do enólogo Alegrando Vigil - carinhosamente apelidado de "Messi dos vinhos" pela imprensa argentina e também consultor da bodega Catena Zapata  - mostra à nossa reportagem porquê se tornou tão famosa em pouco tempo. Além de parecer um personagem da literatura, Alejandro é um anfitrião nato, apaixonado pelo que faz, e ansioso por contar sua história para os visitantes. "O único inimigo do homem é o medo. O paradigma impede a diversidade", filosofa, entre um gole e outro. Sua pequena vinícola, que abriga uma sala subterrânea chamada de "inferno" é um ótimo destino para um jantar em grupo, e oportunidade única de provar o Gran Enemigo, um dos vinhos mais elogiados pela crítica nos últimos anos. 

Jantar caprichado da Bodega El Enemigo
Jantar caprichado da Bodega El Enemigo
Foto: Luisa Migueres / Terra

Localizada no Valle de Uco, região mais propícia para a produção de vinhos brancos, está a simpática Andeluna. Considerada "novata", com 15 anos de idade, a vinícola é puro charme: sede construída em estrutura de pedras, sala de degustação com vista para o depósito de barricas, sala de estar aconchegante e decoração rústica. A recepção fica por conta do diretor executivo Santiago Orozco Russo, que mostra o segredo do sucesso da bodega ao explicar, apaixonado, como suas três linhas de vinhos  - 1300, Altitud e Pasionado - são produzidas ali. "A variação térmica dessa região, onde faz muito sol de dia e frio à noite, faz com que as uvas fiquem com as cascas mais grossas", diz.

Santiago Russo, diretor da Andeluna
Santiago Russo, diretor da Andeluna
Foto: Luisa Migueres / Terra

Entre as mais antigas e célebres de Mendoza, se destacam em nosso roteiro Trapiche e Trivento. A primeira, localizada em Maipú, tem mais de 130 anos e 60 rótulos diferentes. Uma breve visita à recepção da bodega, onde uma dupla de lhamas circula livremente, mostra as marcas da história do vinho em Mendoza. Há uma linha de trem dentro do terreno de 1250 hectares, antigamente utilizada para transportar a bebida que viajava até Buenos Aires. Ao lado dela, o que chama atenção é uma plantação de oliveiras, de onde sai uma pequena produção de azeite. Já a segunda, cujos donos também administram a chilena Concha Y Toro, tem ar mais moderno e uma vasta lista de experiências para os visitantes, de passeios de bicileta pelos vinhedos a degustações com chocolate e cinema ao ar livre.

Plantação de oliveiras da Trapiche
Plantação de oliveiras da Trapiche
Foto: Luisa Migueres / Terra
Degustação com chocolates na Trivento
Degustação com chocolates na Trivento
Foto: Luisa Migueres / Terra

Mendoza com tratamento VIP

A tendência é apontada por todos os guias turísticos que entendem de vinhos: Mendoza tem investido cada vez mais em pequenos terrenos para produzir seus vinhos. Prova disso é o projeto The Vines, uma região no Valle de Uco dedicada a vender partes de suas terras para pequenos produtores que buscam desenvolver novas misturas em pequena escala. Até agora, existem 26 variedades de uvas plantadas e os mais de 130 proprietários - entre eles, brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte -  têm uma equipe de consultores à disposição para guiá-los nos processos de produção.

Além das terras dedicadas à vitivinicultura, o projeto ainda engloba o The Vines Resort & Spa, um resort cinco estrelas cujos quartos são distribuídos em volta de um lago e vista para a Cordilheira dos Andes. Discreto, com decoração de pedras e placas de vidro, o hotel poucos chalés disponíveis e até uma academia isolada para quem prefere uma malhação antissocial. Para as refeições, o restaurante Siete Fuegos é o responsável por fornadas de empanadas, espetos de camarão, cortes generosos de carne vermelha, entre outras especiarias.

Piscina com vista para os Andes do resort do projeto The Vines
Piscina com vista para os Andes do resort do projeto The Vines
Foto: Luisa Migueres / Terra

Igualmente moderno, mas ainda mais luxuoso, o hotel Entre Cielos, em Luján de Cuyo, é de cair o queixo. A primeira impressão é causada pelo spa Hamam, onde é possível comprar diferentes pacotes para realizar circuitos de até seis etapas e fazer o famoso banho turco. Os quartos têm temas inspirados na flora local e na gastronomia, e o mais procurado deles está suspenso por uma estrutura de ferro no meio dos vinhedos. Em Alto Agrelo, quem se destaca na categoria "vinícola boutique" é a romântica Cavas Wine Lodge. A recepção é pequena, o ambiente convidativo e o restaurante um dos melhores de Mendoza. Os chalés são distribuídos por entre as plantações de uvas e contam com um ambiente aberto no andar de cima. O spa tem inspiração marroquina, com sauna, piscina interna e salas de massagem. 

Chalé da Cavas Wine Lodge
Chalé da Cavas Wine Lodge
Foto: Ministério do Turismo de Mendoza / Divulgação
Churrasco no jardim da Entre Cielos
Churrasco no jardim da Entre Cielos
Foto: Ministério do Turismo de Mendoza / Divulgação

Tudo fica mais gostoso em Mendoza

A paixão que os mendocinos têm por sua gastronomia e cultura do vinho produz um fenômero para os turistas. Em poucos dias, harmonizar bebidas e pratos se torna um hábito natural, e extremamente divertido. Aceitar as sugestões dos consultores de vinhos nas vinícolas, garçons é uma ótima pedida, até porque é quase impossível encontrar um mendocino que não conhece os principais rótulos nascidos na província. A única regra da viagem, então, é estar com os sentidos bem abertos, para aproveitar o que a província oferece de melhor, das uvas à paisagem.

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Fonte: Terra
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