Maior hotel de Nova York não terá mais serviço de quarto
Com quase dois mil quartos, o maior hotel de Nova York, o New York Hilton Midtown, localizado na Times Square, informou que não terá mais serviço de quarto a partir do fim de junho, o início do verão nos Estados Unidos. Segundo a CNN, apesar do anúncio, a empresa nega que o modelo será usado como referência em outros hotéis da marca. Em Nova York, a medida resultará no corte de 55 empregos diretos.
Se os turistas consideravam receber café da manhã na cama com talheres e louças finas como parte do pacote de hospedagem em um grande hotel da Big Apple, agora terão de se acostumar com a ideia de que no Hilton isto não irá mais acontecer. O projeto não é novidade, já que o serviço de quarto já foi suspenso em uma unidade da rede no Havaí e acompanha uma tendência do mercado hoteleiro como um todo.
"Como a maioria dos serviços complementares de hotéis, o New York Hilton Midtown observa um declínio da solicitação dos serviços de quarto nos últimos anos, além de ver evoluir as preferências e expectativas de seus clientes em relação a eles", diz um representante da rede de hotéis.
No lugar do serviço convencional, a empresa tentará implantar um novo conceito: um restaurante-cafeteria chamado de Herb n' Kitchen. O modelo self-service oferecerá opções de pizzas, sanduíches e café gourmet. Ainda não foi definido se haverá algum tipo de funcionário para o atendimento neste local.
Para Mark Woodworth, presidente da consultoria PKF, este tipo de mudança acompanha a evolução da indústria hoteleira. "Cada vez mais os consumidores preferem cuidar deles mesmos sem precisarem obrigatoriamente de atendimento e podemos observar esta tendência no aumento dos sistemas de check-in e check-out automatizados, por exemplo. Portanto, se os hotéis estão oferecendo um serviço pouco solicitado, passamos a ter uma forte motivação para deixar de praticá-lo", explicou.
Segundo uma pesquisa da mesma consultoria, em 2012, a receita dos pedidos feitos pelo serviço de quarto representaram 1,2% do total de arrecadação dos hotéis. O mesmo número ficou em 1,3% em 2011.
Amy Farley, editora de um revista especializada em viagens e turismo, comenta que esta iniciativa abrirá precedentes no mercado. "Os viajantes evoluem. Há duas décadas, nunca ouviríamos falar que uma grande companhia aérea não serviria comida, mas agora já nos acostumamos a pagar pelos aperitivos nos aviões ou ainda levar nosso próprio lanche em uma viagem", comentou.
Para mostrar que o assunto não é assim tão novidade, a CNN cita alguns hotéis em Nova York que já se adaptaram a este novo modelo de mercado. Em fevereiro, por exemplo, o Hudson Hotel introduziu o Hudson Commom Express, uma lanchonete que oferece itens como torrada, queijo quente, ovos e salada para serem retirados no balcão ou entregues no quarto.
O Grand Hyatt reduziu as horas de funcionamento do serviço de quarto e instalou um restaurante gourmet aberto 24 horas como alternativa. O Public Chicago oferece refeições assinadas pelo renomado chef Jean-Georges Vongerichten que podem ser entregues a qualquer hora do dia ou da noite "tão rápido como a velocidade da luz".
"Hoje sabemos que podemos ter uma refeição de ótima qualidade em um pequeno restaurante ou no balcão de uma lanchonete. Estamos repensando o conceito de entregar a comida em bandejas e pensando no serviço vindo em uma caixa ao invés de um tabuleiro de prata", analisa Amy Farley.
