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Arezzo é tesouro escondido na região da Toscana

6 abr 2009 - 07h46
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Visitar a região da Toscana, uma das mais belas da Itália, e não ir a Arezzo, no caminho entre Florença e Roma, às margens do Rio Arno, é um pecado quase mortal. Fora dos tradicionais roteiros turísticos (leia-se: não há hordas de gente e horas de fila em cada monumento), as muralhas de seu Centro Histórico guardam verdadeiros tesouros da arte e da arquitetura de vários momentos da história da humanidade. É de encher os olhos e o cartão de memória da câmera fotográfica.

A construção da catedral foi iniciada na segunda metade do século XIII
A construção da catedral foi iniciada na segunda metade do século XIII
Foto: Rosângela Espinossi / Especial para Terra


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As edificações com torres típicas da Idade Média, os arcos romanos, as fachadas renascentistas, as igrejas revestidas de pedras, museus com peças etruscas e romanas e até ruínas de um anfiteatro romano estão lá, distantes alguns metros um do outro. E, por dentro desses monumentos todos, pinturas e afrescos de tirar o fôlego. Basta um dia para se viver uma verdadeira viagem ao passado.

A cruz
Um dos principais afrescos da pintura italiana fica na despojada igreja de San Francesco (Piazza de San Francesco, 1, Via Cavour). Trata-se da Lenda da Cruz Verdadeira, de Piero della Francesca (1416-1492), importantíssimo pintor do Quattrocento, como foi chamado o Renascimento do século XV.

Em 300 m², o altar do templo ostenta a incrível história da árvore que teria dado origem à madeira da cruz em que Cristo morreu e outros desdobramentos do cristianismo. Uma das passagens, por exemplo, é a conhecida pintura O Sonho de Constantino, no qual o pintor italiano retrata o momento em que o imperador romano Constantino teria sonhado com a cruz e se convertido ao cristianismo. No ponto central do altar, está pendurado um crucifixo do século XIII.

Depois de 15 anos de restauração, o afresco foi reaberto à visitação em 2000. A entrada à igreja é gratuita, mas para ter acesso mais de perto à pintura, paga-se 4 euros e só podem entrar 25 pessoas por vez.

A catedral
Saindo da igreja, sobe-se uma ladeira bem em frente (Via Cesalpino) e encontra-se a catedral ou duomo da cidade. Sua construção foi iniciada na segunda metade do século XIII e finalizada no início do século XX (com o campanário e a fachada). Lá está outro afresco, pequeno, de Piero della Francesca: Madalena.

Das escadarias externas (de 1524) observa-se a onipresente torre do Palazzo Comunale. Anda-se um pouco mais (Via Ricasoli), vira-se uma esquina (Via dei Pileati), desce-se uma ladeira (Corso Itália) e chega-se à igreja Santa Maria della Pieve, com suas deliciosas fileiras românicas de arcos e colunas na fachada.

Uma grande praça
Não bastasse tudo isso, Arezzo ainda presenteia o turista com a Piazza Grande, o coração do Centro Histórico. Em forma de trapézio, o espaço fica num plano inclinado e é cercado por prédios medievais (as torres de novo) e renascentistas, como as arcadas da galeria, projetada pelo pintor, arquiteto e escritor Giorgio Vasari, que nasceu em Arezzo em 1511, e foi o primeiro a grafar o termo Renascimento em seus livros. Aliás, sua casa, construída em 1540, agora abriga um museu em sua homenagem.

Na Piazza Grande, todo primeiro domingo do mês acontece, há 40 anos, a tradicionalíssima Feira de Antiguidades, uma das mais importantes da Europa. É lá também que duas vezes por ano (no primeiro domingo de setembro e na noite do penúltimo sábado de junho) realiza-se a Giostra del Saracino. Uma evocação aos tempos medievais, com disputa entre cavaleiros, roupas típicas, bandeiras e tudo o mais de direito.

Ao sul do Centro Histórico ficam o Museu Arqueológico e o Anfiteatro Romano, na via Margaritone, paralela ao Corso Itália. Lá estão as ruínas da primeira fase da cidade, cuja origem remonta aos etruscos.

Filme
Quer conhecer melhor a cidade antes de se deliciar pessoalmente? Então alugue A Vida é Bela (1997). O local é cenário do filme que Roberto Benigni dirige e atua. E é onde passeia com sua bicicleta gritando "Buongiorno pincipessa".

Quando estiver lá, caminhe pelas suas ladeiras, entre nas lojas de comidinhas, nas de roupas (algumas de grife) e nas de suvenires (bem mais baratos de que em outros pontos turísticos). Perca-se no tempo e leve boas e saborosas lembranças para casa.

Serviço
Localização: De Florença a Arezzo são 75 km pela auto-estrada A1 pedagiada (cerca de 10 euros). Se quiser pegar uma estrada vicinal, sem pedágio, que corta os campos da Toscana, siga pela SS 69. Você vai se deparar com paisagens magníficas, compostas por oliveiras e vinhedos. Sem dúvida, um roteiro inesquecível.

Fonte: Especial para Terra
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