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EUA fazem operações contra redes chinesas de "turismo de maternidade"

3 mar 2015 - 19h23
(atualizado às 19h23)
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Autoridades americanas realizaram nesta terça-feira uma série de operações para coletar informações sobre três redes chinesas que promovem o "turismo de maternidade" na Califórnia: levam mulheres grávidas do país asiático para dar à luz nos Estados Unidos, garantindo assim cidadania americana para os recém-nascidos.

Agentes federais e locais participaram de cerca de 20 batidas em imóveis dos condados de Los Angeles, Orange e San Bernardino, no sul da Califórnia, segundo documentos divulgados hoje pela imprensa americana.

Os "coiotes" ofereciam assessoria e meios para que mulheres chinesas de alto poder aquisitivo pudessem passar a reta final da gravidez nos EUA. Usavam como desculpa que elas fariam turismo, o que permitiria a permanência no país por no máximo três meses.

Em troca de alimentação, transporte e hospedagem em residências de luxo, essas organizações cobravam dezenas de milhares de dólares das futuras mães chinesas.

O chamado "turismo de maternidade" é praticado habitualmente por pessoas de várias nacionalidades além da chinesa, indicou o jornal "Los Angeles Times", que incluiu na lista sul-coreanos e turcos.

Não é ilegal que um estrangeiro dê à luz nos EUA e, por enquanto, ninguém foi preso nas operações de hoje. Elas serviram para coletar evidências contra os organizadores da atividade.

As autoridades acreditam, no entanto, que existe uma fraude migratória orquestrada pelas pessoas que comandam as redes, já que elas instruem as grávidas para que mintam sobre os motivos da viagem aos EUA com o objetivo de garantir o visto de turista.

As agências que lucram com o "turismo de maternidade" explicam às viajantes que elas devem entrar no país por aeroportos secundários, como Las Vegas e Havaí, evitando assim um maior escrutínio das autoridades migratórias. Recomendam também que as "turistas" façam reservas em quartos de diversos hotéis, uma espécie de álibi das viagens.

Depois do parto, as mães são orientadas sobre o processo de solicitação da nacionalidade americana da criança, assim como da obtenção do número de seguridade social.

Os agentes federais destacam também que esse tipo de atividade gera um problema para os hospitais, já que é frequente que as pacientes deixem o país sem pagar as contas do parto.

Estima-se que 13% das 300 mil crianças estrangeiras nascidas nos EUA por ano são produto do "turismo de maternidade".

EFE   
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