Celebrity mira São Paulo para crescer no mercado brasileiro
A temporada internacional de cruzeiros já está de vento em popa, e o público brasileiro tem se mostrado cada vez mais receptivo a este mercado. Não por acaso, a Celebrity Cruises, empresa do grupo Royal Caribbean International, tem a previsão de crescer em 54% o número de brasileiros a bordo de seus navios este ano, segundo o vice-presidente da Royal Caribbean para a América Latina, Ricardo Amaral.
Em entrevista ao Terra, Amaral fala sobre a expansão da Celebrity no Brasil, onde a empresa escolheu São Paulo para intensificar a presença da marca, sobre a Azamara Quest e a própria Royal Caribbean, já conhecida do público nacional.
Terra - É possível imaginar que o Brasil terá temporada de cruzeiros o ano inteiro?
Ricardo Amaral - Um fator interessante é que uma boa fatia (dos cruzeiristas brasileiros) têm buscado essa experiência o ano inteiro. É uma pena que não tenha essa oferta ainda no Brasil (de roteiros no Brasil), mas no futuro teremos. Se me perguntam, eu digo que sim, teremos temporada o ano inteiro, mas ainda falta estrutura.
Terra – Fora da temporada daqui, quais os destinos mais procurados pelos brasileiros?
Amaral - O que os brasileiros buscam muito são Caribe, Europa ou Alasca. A Ásia, Oceania, Galápagos e fiordes noruegueses têm uma procura menor.
Terra – O grupo Royal Caribbean tem três companhias de cruzeiros. Quais os atrativos de cada uma?
Amaral - Existe uma multiplicidade de oferta de portos de embarque. A Royal, no Caribe, tem algumas exclusividades (ilhas particulares e atrativos a bordo). A Celebrity tem requinte e um nível de serviço realmente excepcionais. A inovação dos produtos da marca Royal é o que tem atraído o público brasileiro. A Azamara é uma boutique que permite algo mais exclusivo.
Terra – Como o passageiro migra de destinos nacionais para outros?
Amaral – É uma evolução natural. É como um carro, ele compra um 1.0, passa para 1.6, um automático, e vai crescendo. Turismo significa se deslocar do seu espaço natural. Na escola levam os alunos pequenos para dar uma volta no quarteirão. Começa a expandir. O turista cresce no decorrer do tempo. Ele começa no quintal da sua casa, faz um cruzeiro pequeno, vai a Buenos Aires, e vai crescendo. A Royal Caribbean tem um portfólio de marcas, para famílias que buscam uma experiência inovadora.
Terra – E o que faz esse turista buscar outros lugares?
Amaral - O brasileiro procura uma coisa que não se encontra na costa brasileira. Temos a nossa temporada do Caribe que é bem definida, o ano inteiro. A Europa tem uma sazonalidade, e já estamos vendo as pessoas buscando esse destino, combinado com navios que tenham uma oferta de serviços na gastronomia, versatilidade. E aí, sem dúvida, os navios Oasis e o Allure of the Seas são os que mais atraem.
Terra – O senhor citou o Alasca como um destino bastante procurado. É pela diferença em relação às paisagens brasileiras e ao clima?
Amaral – O Alasca não tem uma procura tão grande, mas depois de Caribe e Europa, tem uma importância significativa. Quando fiz um roteiro pelo Alasca, vi uma paisagem peculiar, que não é comum ao brasileiro, mas não é tão frio assim na temporada.
Terra – A ampliação dos horizontes turísticos ocorre como?
Amaral – É um processo de maturação do mercado. A mudança para a Celebrity e para a Azamara também é maturação. O cliente que faz uma viagem com a Royal, com a família, ele pode querer viajar com a esposa para a Europa com a Celebrity. Ele conhece a marca e quer buscar outra experiência com a gente.
Terra – E como é a receptividade dessas duas companhias no país?
Amaral - A Azamara e a Celebrity têm apresentado bons números no Brasil. Não só o número de brasileiros, mas o feedback, a satisfação, a recomendação da marca para pessoas que ele conhece. A Celebrity escolheu São Paulo como uma das quatro cidades no mundo para fazer uma intensificação de aumento da presença da marca. Porque se acredita que seja um serviço ideal para esse turista fluente. O resultado tem sido muito positivo, estamos em abril e tem um crescente de turistas. E temos uma expectativa de 54% de brasileiros a mais até o final do ano.
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