Saiba qual a relação dos 12 trabalhos de Hércules onde cada trabalho traz como símbolo o caminho de vida de cada signo astrológico Os 12 trabalhos de Hércules possuem um profundo significado e podem ser interpretados como a nossa longa e intensa jornada humana, incluindo nossa trilha espiritual. Fazem uma referência muito clara às constelações do zodíaco, onde cada trabalho traz como símbolo o caminho de vida de cada signo astrológico e leva a diversos aprendizados voltados para o crescimento e evolução de nossas almas. Hércules é conhecido como um herói extremamente forte, mas isento de raciocínio. Ele simboliza o homem ignorante, seus poderes psíquicos e espirituais e sua jornada de vida. Hércules é um herói que começa como um ser sem nenhuma disciplina e que comete muitos erros por pura inconsciência. Por meio de seu esforço pessoal, porém, Hércules se firma diante das provas que a vida lhe dá e começa a conquistar uma dimensão maior e mais profunda de si mesmo, deixando de lado sua natureza violenta e impulsiva, dando lugar a uma personalidade mais contida e reflexiva, dominada pela mente superior, o que leva ao crescimento espiritual. A seguir, conheça os 12 trabalhos de Hércules. *O material a seguir foi baseado no livro Os 12 trabalhos de Hércules, de Alice Bailey, com pesquisa esotérica de Alfredo Roberto Netto. Áries e A Captura das Éguas Antropófagas O primeiro trabalho de Hércules tem a ver com a captura e domínio das éguas antropófagas, que matavam e devoravam homens e animais. Esse trabalho foi feito junto com seu amigo Abderis. Assim que conseguiu aprisionar as éguas, Hércules deixou-as sob os cuidados de seu amigo, mas o que ele não sabia é que seu amigo era um homem fraco e inseguro que não conseguiria conter as éguas e seria pisoteado por elas no momento da fuga. Depois do ocorrido, Hércules voltou a capturá-las e, humilhado, levou-as ao lugar onde seriam domesticadas e adestradas. Essas éguas simbolizam nossos pensamentos errôneos e descontrolados. Abderis simboliza nossa mente inferior, fraca e muitas vezes covarde. Hércules não percebeu a força e a potência dessas éguas, dando-as aos cuidados de Abderis. Precisou recapturá-las e coloca-las sob o seu próprio poder. Aqui, Hércules representa nossa alma e Abderis nossa personalidade inferior. O significado dessa prova é bem claro: a jornada ariana é obter controle mental. As éguas soltas do pensamento ariano produzem forças impulsivas através do pensamento errôneo, das palavras e das ideias erradas, devastando seu mundo. O ariano deve obter auto-controle, que parte do controle de seus pensamentos, para conseguir a autonomia que pretende em sua vida. Touro e a captura do Touro de Creta Em seu segundo trabalho, Hércules tinha como tarefa capturar e prender o Touro de Creta e levá-lo a um lugar sagrado, onde habitavam os ciclopes, como eram conhecidos os homens de um olho só. Os animais estavam em Creta, onde existia um labirinto de Minos, o rei e guardião do Touro. O Touro trazia uma estrela na fronte, que guiou Hércules em sua perseguição até capturar o Touro e nele montar para seguir viagem. Hércules cavalgou acompanhado por sete irmãs em direção a terra onde habitavam os ciclopes. Chegando lá, três homens o esperavam e agarraram o Touro, levando-o para o templo do Senhor, no interior da cidade dos homens de um olho só. Este trabalho dá prosseguimento ao primeiro, que foi iniciado no plano mental, passando agora para as lutas no plano material, no corpo físico, a luta entre o espírito e a matéria e a estabilidade entre eles. O domínio da sensualidade também é encontrado nesta etapa, pois o Touro representa os desejos sensuais, além do aspecto inferior e descontrolado da natureza humana e seu domínio. O desejo, em todas as suas manifestações, deve ser dominado, mas não reprimido e sim equilibrado. Montar um animal significa controlá-lo. O Touro representa o desejo animal e descontrolado. O labirinto sempre foi o símbolo dos atalhos, dos caminhos confusos que não levam a nenhum lugar, algo que desorienta e ilude. A ilha de Creta aqui representa a vida física, o labirinto, as suas armadilhas, o Touro, o desejo e a Luz em sua fronte é a representação da alma. Gêmeos e os pomos de ouro de Hespérides Havia uma árvore em uma região longínqua, a Árvore da Sabedoria, que produzia as famosas maçãs de ouro de Hespérides. Estes frutos eram guardados por três belas donzelas que, por sua vez, eram protegidas por um dragão de 100 cabeças e Hércules foi orientado por seu instrutor a precaver-se de forças maiores que as suas e das astúcias sutis que fugissem à sua compreensão. Hércules viajou por todas as terras atrás da Árvore com muita dificuldade e seu mestre acabou enviando Nereu para ajudá-lo. Ele disfarçou-se várias vezes e Hércules não percebeu sua sutil ajuda, sendo assim, Nereu voltou e comunicou ao seu Mestre o fracasso. Mas a saga de Hércules continuou e ele caminhou na escuridão e se deparou novamente com Anteu, como serpente. Através de uma luta intensa, Hércules a venceu. No entanto, a serpente prometeu voltar. Em seguida, Hércules caminhou em direção ao Sul e encontrou Busiris, um enganador, filho das águas e parente de Poseidon, que tinha como objetivo trazer ilusão aos homens. Convenceu Hércules a segui-lo e o enfraqueceu a ponto dele não mais procurar pela árvore. Fraco, Hércules deixou-se vencer e foi amarrado em uma árvore por um ano pelo seu falso Mestre Busiris. Descobrindo aos poucos quem era seu tirano, lembrou das palavras de Nereu, seu verdadeiro Mestre: “no teu interior há um poder mais elevado, força e sabedoria. Volta-te para ele e evoca a força que existe, o poder que é a herança de todos os homens que são filhos de Deus”. Hércules conseguiu se libertar e venceu a terceira prova e seguiu sua busca, agora com mais sabedoria. No caminho, encontrou Prometeu preso com seu fígado sendo devorado por abutres, e parou para salvá-lo. E, sem saber, venceu a quarta prova, que era: aprender a servir. Continuou em seu caminho, quando de repente se depara com Atlas, sofrendo, envergado com o mundo nas costas. Esquecendo sua tarefa, parou para ajudá-lo, retirando de suas costas o mundo e colocando nas suas, para aliviá-lo. Repentinamente, a carga desapareceu e viu-se livre. Diante dele, Atlas estende a mão e, em um gesto de amor, lhe oferece a maçã de ouro. Era o fim de sua busca. Em seguida as três irmãs surgiram e ofereceram as outras maçãs. Gêmeos é o signo da dualidade: Nereu, o verdadeiro Mestre, é sua alma, e Busiris, sua razão. Castor e Pólux (os gêmeos) representam também a alma e a personalidade, onde Castor é mortal e Pólux, imortal. Este trabalho de Hércules nos mostra que do sacrifício vem a recompensa: depois que libertou Prometeu e Atlas, recebeu as maçãs de ouro e foi colocado em contato com as três virgens ou os três aspectos da alma: corpo, alma e espírito; inteligência, amor e vontade, visualizados e contatados pelo geminiano que aprende que a totalidade e o próprio equilíbrio vêm por meio do serviço ao próximo e da verdadeira fraternidade. Câncer e a Captura do Cervo Dourado O quarto trabalho de Hércules fala que ele deve encontrar entre todas as vozes, a que despertará a obediência de seu coração. Assim, Hércules dá início à quarta prova. Segundo a lenda, Hércules se coloca entre dois pilares, olha a paisagem e nela percebe, no horizonte, um Templo e Santuário do deus Sol. Em uma colina próxima, ele notou presença de um cervo, com os galhos dourados, e isso motivou-o a caçá-lo. Nesse exato momento, a deusa Ártemis lhe fala que é dona do animal. Em seguida, a deusa Diana, a caçadora, surge em sua frente, dizendo que é dela o cervo. Neste momento, uma terceira voz lhe diz: “a corça não é de nenhuma delas e nem sua, mas do deus Sol Apolo, cujo santuário está naquele horizonte. Salve-a e leve-a em segurança para o santuário e deixe-a lá”. Hércules perseguiu a corça durante um ano, sem sucesso, até que um dia a encontrou à margem de uma lagoa, exausta e em repouso. Com uma única flecha, feriu seu pé, tomou-a pelos braços e colocou-a de encontro ao seu coração, dizendo: “a corça é minha”. E novamente a voz lhe dizia: “não, não é! A corça não pertence a você e você deve levá-la ao Templo do deus Sol e deixa-la lá”. Apesar de Hércules não se conformar, levou a corça ao Templo e deixou-a lá. Finalmente, em meio ao seu questionamento do porque a corça não poderia ser sua, ouviu: “muitas e muitas vezes precisam todos os filhos do homem, que são filhos de Deus, sair em busca da corça de cornos de ouro e carregá-la para o lugar sagrado, muitas e muitas vezes”. Assim terminou o quarto trabalho. Neste quarto trabalho, a corça simboliza a intuição, processo final da transmutação do instinto, cujo estagio intermediário é o intelecto. Instinto, intelecto e intuição são os três aspectos da auto-percepção objetiva, ou a consciência. Este trabalho se refere, acima de tudo, à necessidade de desenvolver a intuição e familiarizar-se com esse insight espontâneo que nos mostra a verdade e a realidade. Aqui, Apolo reconhece na corça a intuição, em Diana, o intelecto e em Ártemis, a Lua, ou o instinto. Tem-se que aprender a levar essas capacidades ao Templo interno superior, ou Deus, e transmutá-las em intuição e, por meio desta, tomar consciência das coisas do espírito e das realidades espirituais, que nem o instinto, nem o intelecto lhes podem revelar. Leão e A Morte do Leão de Neméia Na cidade de Neméia, havia um Leão que aterrorizava a todos, impedindo-os de viver, semear a terra e ter uma vida digna de trabalho e alegrias. Dessa forma, os deuses, vendo o sofrimento do povo de Neméia, incumbiram Hércules de livrar-se do animal. Este andou por muito tempo e por todos os lugares atrás do Leão, sem sucesso. A maioria das pessoas de Neméia vivia a portas fechadas, em meio ao desespero e à fome, e Hércules não conseguia encontrar o animal. Até que um dia, subitamente, o encontro aconteceu. O Leão viu Hércules e rugiu furiosamente, e Hércules, vendo o Leão, usou a única arma que possuía, um arco feito por suas próprias mãos, e correu para o Leão, que vinha ferozmente em sua direção. O Leão, espantado com sua reação, fugiu, mas a perseguição continuou. Certo dia, Hércules se deparou com uma caverna escura, de onde ouviu um furioso rugido, e mesmo assim entrou na caverna para captura-lo. Percebeu que a caverna tinha duas entradas e bloqueou-as, deixando a caverna em total escuridão, e assim matou o animal, estrangulando-o com suas próprias mãos. Retirou-lhe a pele e a usou como prova de sua vitória sobre o animal. Aqui, o homem precisa matar o Leão da sua personalidade, da sua sobra: o egoísmo, a vaidade, o instinto de auto-preservação, e colocar nesse lugar a fraternidade e o altruísmo. O Leão de Neméia simboliza essa personalidade inferior e selvagem, que destrói a paz. Quando Hércules bloqueia as entradas da caverna para matar o Leão, tem como simbologia o bloqueio que devemos fazer em nossa identidade inferior, ao mundo das emoções pessoais e matar essa personalidade, para que a mente cósmica e universal possa ser expressa. O domínio desse eu inferior é a maior tarefa das pessoas desse signo. Virgem e A tomada do cinturão de Hipólita “Levanta-te, oh, Hércules, e atravessa o sexto portal”, disse o grade ser que presidia. Em uma terra longínqua, além do mar, existia uma rainha que reinava sobre todas as mulheres. Eram suas vassalas e guerreiras imensamente corajosas. Nesse reino, não havia nenhum homem, somente as mulheres que serviam a rainha. Era o Templo da Lua, que elas adoravam diariamente, em troca do sacrifício de Marte, o deus da guerra. Hipólita era seu nome e, nesse dia, ela trazia o cinturão nas mãos, símbolo da unidade conquistada em muitos conflitos, unidade entre masculino e feminino. “Ouvi dizer”, disse ela, “que está quase chegando aqui um guerreiro, cujo nome é Hércules e a ele devo entregar o cinturão que eu uso. Mas, deverei entregá-lo sem combater? Deverei obedecer a palavra de Deus?”. Hipólita, com o cinturão nas mãos, dirigiu-se ao encontro de Hércules, mas ele, ao vê-la, preferiu lutar em vez de ouvi-la. Combateu-a e matou-a. Ela só queria entregar o cinturão e Hércules matou-a. E seu Mestre, inconformado com a atitude de Hércules, disse: “meu filho, por que matar aquilo que é necessário, próximo e amado? Por que matar a doadora de boas dádivas, a guardiã da Criança Sagrada? Você deve se redimir desse feito ou não mais verá minha face”. Hércules, em seu silêncio, percebeu o mal que havia feito e, caminhando na direção da praia, foi surpreendido por um monstro das profundezas, trazendo em sua boa Hesione, que gritava de dor e medo. Em remorso pelo que havia feito e lembrando as palavras do Mestre, correu para ajudá-la, mas já era tarde, pois o monstro já a havia engolido. No entanto, esquecendo-se de si mesmo, Hércules entrou pela garganta do monstro e encontrou Hesione. Com sua espada, abriu a barriga do monstro e saiu salvando a moça. Dessa forma, equilibrou o mal feito com a rainha, pois um ato de morte somente pode ser redimido através de um ato de vida. Quando chegou ao portal, seu instrutor lhe disse: “o sexto trabalho está completo. Você matou quem o admirava, quem poderia dar-lhe amor e poder. Mas salvou aquela que precisava de você. Medite sobre os caminhos da vida”. O signo de Virgem deve proteger, nutrir e, finalmente, revelar a si mesmo sua oculta finalidade espiritual. Esse é o trabalho mais importante no processo evolutivo de todas as pessoas desse signo. Ao matar a rainha, Hércules mostrou não compreender sua missão espiritual, mesmo que tenha obtido o que buscava. Sempre há uma escolha entre o bem e o mal diante das pessoas desse signo e perceber essa diferença vai depender exclusivamente de seu estágio espiritual. A ética é a mãe das pessoas desse signo, assim como o sentido moral por trás de cada ato. Virgem é a deusa da virtude ou do vício, a deusa dos dois caminhos, da dualidade. Libra e a Captura do Javali de Erimanto Hércules foi então convocado para o sétimo trabalho, e disse seu Mestre: “vai, meu filho, e captura o javali selvagem, salva a terra assolada, contudo, guarda um tempo para te alimentares”. Armado apenas de sua clava, Hércules escalou a montanha em busca do animal, encontrando medo e terror por onde passava. No caminho, encontrou um amigo, Pholos, o centauro. Pararam e conversaram por muito tempo, e Hércules esqueceu sua missão. Pholos era uma espécie de chefe de grupo de alguns centauros e ele foi presenteado pelos deuses com um barril de vinho, mas que deveria ser aberto e dividido entre todos de seu grupo. Mas Hércules e Pholos abriram o vinho sem seus companheiros e apenas convidaram Cherion, outro sábio centauro, para beber com eles. O barulho que fizeram foi tanto que desertaram outra tribo de centauros que vieram em direção a eles para lutar e, em meio a esse combate feroz, Hércules matou seus companheiros de vinho, Pholos e Cherion. Depois da batalha, Hércules seguiu seu caminho na direção do cumprimento de sua tarefa, mas não obteve sucesso. Então, parou para refletir e chegou à conclusão de que devia fazer uma armadilha. No dia seguinte, o animal caiu na armadilha e Hércules deixou-o preso por algum tempo e, estrategicamente, o soltou depois de algumas horas. Fazendo isso várias vezes, Hércules acabou por domesticar o animal, até que o levou montanha abaixo pelas pernas, cantando e dançando para mostrar que seu sétimo trabalho havia sido cumprido. E seu instrutor disse: “o sétimo trabalho foi concluído, o sétimo portão ultrapassado. Medita sobre as lições do passado; reflete sobre as provas, meu filho. Por duas vezes mataste a quem amavas, aprende por que”. Libra é um signo que precisa caminhar na direção do equilíbrio. Seu símbolo é a balança, que pode oscilar da justiça à injustiça, da ignorância à sabedoria. Verificamos que a prova termina com alegria, pois Hércules desce a montanha submetendo o animal apesar de ter cometido uma grave falta ao matar seus amigos. É o signo onde as tentações devem ser controladas, assim como os prazeres mundanos. A bebedeira com os amigos simboliza a alma da jovialidade, buscando e encontrando o prazer. Essa ilusão deve ser dissipada, antes que a tarefa do autodomínio (a captura do javali) seja cumprida. Pholos é conhecido como a força física e Cherion como o bom pensamento e, juntos, representam o controle da natureza emocional, do desejo. A capacidade que a maioria de nós temos de controlar o desejo através da força do pensamento. Escorpião e a destruição da Hidra de Lerna E disse o Mestre a Hércules: “para além do rio Amínoma, fica o fétido pântano de Lerna e, dentro do lamaçal, vive a Hidra, uma praga para as redondezas. Ela possui nove cabeças e uma delas é imortal. Prepara-te para lutar com essa criatura asquerosa e não penses que os meios que sempre usaste funcionarão com ela. Se uma cabeça é destruída, duas aparecem em seu lugar. Um conselho apenas quero te dar: nós nos elevamos nos ajoelhando; conquistamos nos rendendo; e ganhamos nos doando”. Então, Hércules partiu para o seu oitavo trabalho. O pântano era terrivelmente fétido e, só pelo seu forte odor, quase derrotou o herói. Ele ficou nesse lugar por dias, procurando o animal, até encontra-lo. Por dias, ficou esperando até que o monstro apareceu. Embebeu uma de suas flechas em piche e ateou fogo, obrigando o monstro a sair da caverna. Suas nove cabeças tinham aparência terrível, parecendo guardar em cada uma de suas expressões o pior que existe em nós. Hércules, ao seu atacado, cortou um de suas cabeças e, antes que ela caísse ao chão, outras duas surgiram em seu lugar. E a cada ataque ao monstro, mais forte ele ficava. Foi quando Hércules lembrou da instrução de seu Mestre: “nós nos levantamos nos ajoelhando”. Deixou de lado sua clava e ajoelhou, agarrou a serpente com suas mãos e a ergueu no ar. Suspensa, sua força diminuiu e Hércules direcionou-a contra a luz do Sol, com ar purificado, e o monstro, que era forte na escuridão, perdeu suas forças quando trazido à luz, até que suas novas cabeças caíram ao chão. No entanto, somente quando elas estavam mortas que Hércules percebeu qual era a cabeça imortal, decepando-a. Enterrou-a sob uma rocha e, mesmo ainda, ainda se movimentava ferozmente. Hércules voltou ao seu instrutor, que lhe disse: “conseguiste a vitória, a Luz que brilha no portão oitavo está agora misturada com tua própria luz”. A luta de Hércules contra a Hidra é a luta de todos nós contra os problemas que devemos enfrentar quando tentamos o auto-domínio. Três delas representam os apetites associados ao sexo, ao conforto e ao dinheiro. Outras três simbolizam as paixões, o ódio e o desejo de poder. As três últimas representam os vícios da mente não iluminada: orgulho, segregação e crueldade. Podemos então chegar à conclusão de que a luta contra a Hidra é nossa luta contra os três aspectos inferiores da nossa natureza humana, o físico, o astral e o mental, através do Mental Superior, a intuição. Essa é nossa luta contra nossa personalidade emocional e material, alojadas na lama, na escuridão e nos recessos mais profundos de nossa mente inconsciente. Sagitário e A morte dos pássaros de Estinfalo O Mestre de Hércules o chamou e disse: “tu estás diante do portão nono e é chegado o tempo de trilhar outro caminho. Cruza-o e encontre o pântano de Estinfalo, onde habitam os pássaros destruidores. Descobre, então, o caminho para espantá-los de sua morada segura. E lembre-se: a chama que brilha além da mente revela a direção. A tarefa te espera”. Hércules atravessou os portões e, por muitos dias, procurou, até chegar a Estinfalo. O lugar era um pântano fétido, com uma multidão de pássaros que o habitava. Bem próximo a ele, viu três pássaros grandes, ferozes e milhares de outros pássaros pequenos. Cada um deles possuía um bico de ferro, que mais parecia uma espada, e garras bem parecidas com os bicos. Os pássaros estavam estragando a terra, tornando-a infértil, danificando tudo. Hércules ficou por um tempo quieto e parado, pensando em como poderia livrar aquele local dos pássaros. Meditando, lembrou-se das palavras de seu Mestre: “a chama que brilha além da mente revela a direção”. Assim, a ideia brotou em sua mente. Ao se livrar da Ilusão, a deusa Atena lhe presenteou com pratos de bronze. Montou em seu cavalo branco alado, Pégazzo, e brandiu os pratos com tamanha intensidade que os pássaros se assustaram e saíram todos voando para outro lugar. O pântano ganhou um profundo silêncio e os suaves raios de Sol puderam ser vistos na nova paisagem. Sagitário deve se libertar da ilusão da mente inferior e apropriar-se da mente superior para libertar-se. Dessa forma, consegue enxergar o verdadeiro objetivo de sua vida. Deixa as nuvens de pensamentos, das palavras mal ditas, das formas pensamentos criados por elas e entre no Universo da mente cósmica em si mesmo, a mente superior, a mente universal, ou mente divina. Capricórnio e a Morte de Cérbero, o Guardião de Hades O Mestre chamou Hércules e incumbiu-o de seu próximo trabalho. “Enfrentaste com êxito mil perigos, Hércules, e muitas conquistas foram feitas. A sabedoria e a força lhe pertencem e farás uso delas para salvar alguém em angústia, uma presa de imenso e infindável sofrimento”, disse. O Mestre colocou seu dedo na fronte de Hércules e então surgiu-lhe uma visão. Um homem amarrado sobre uma rocha, que gemia como se seu coração fosse se partir. Suas mãos e pés estavam acorrentados e as fortes correntes que o prendiam estavam atadas a anéis de ferro. Um abutre feroz mantinha-se bicando seu fígado e, em consequência, uma corrente de sangue jorrava de seu corpo. O homem elevava as mãos acorrentadas e gritava por socorro, mas suas palavras ecoavam em meio ao vento sem poderem ser ouvidas. O Mestre disse: “aquele que viste acorrentado é Prometeu, o que roubou o fogo dos deuses, mas ele, sendo imortal, não pode morrer. Esse lugar sombrio que ele se encontra é o Reino de Hades, conhecido como Inferno, e você deve ser seu salvador. Desce até as profundezas do Hades e liberta-o do sofrimento. No entanto, três coisas deverás fazer: purifica-te antes de partir, inicia-te nos grandes mistérios e faças uma pausa em teu caminho e serve quem necessita antes da grande tarefa”. Hércules pariu em sua missão. Desceu através dos mundos e a atmosfera ficava cada vez mais pesada, mas sua vontade continuava firme. Essa descida continuou por muito tempo e, em seu íntimo, começou a ouvir a voz da deusa da sabedoria, Athenas, assim como as palavras encorajadoras de Hermes. Finalmente chegou a um rio escuro, envenenado, onde as almas dos mortos deviam atravessar. Caronte, o barqueiro, era quem levava as almas dos mortos ao outro lado. Hércules finalmente entrou no Hades e percebeu Medusa, com seu cabelo feito de serpentes. Através de labirintos, ele seguiu até chegar à corte, onde encontrou o rei que governava o mundo subterrâneo, que lhe disse: “o que procuras, um mortal vivo no reino de Hades?”. “Libertar Prometeu”, respondeu Hércules. “O caminho está guardado por Cérbero, um cão com três cabeças, cada uma com serpentes enroladas, assim como seu rabo. Se puderes derrotá-lo com tuas mãos vazias, uma coisa que ninguém nunca conseguiu, poderás libertar Prometeu sofredor”, disse. Hércules prosseguiu satisfeito com a resposta. Logo viu o cão, e no caminho, encontrou duas pessoas amarradas, aguardando seu ataque. Esquecendo-se de sua tarefa, correu para libertá-las. O cão avançou sobre Hércules e este, agarrando-se pela garganta de sua cabeça central, fez com que o monstro sucumbisse. Hércules continuou sua missão e encontrou Prometeu da mesma maneira que lhe mostrava sua visão. Rompeu suas amarras e correntes e libertou-o. Hércules voltou ao seu Mestre e ele disse: ”a luz agora brilha no mundo das trevas. O trabalho está feito. Agora descansa em paz”. Nesse trabalho, três coisas foram necessárias ao nosso herói: purificar-se, ou seja, libertar-se da irritabilidade e do egoísmo. Ele também precisou atravessar seu próprio inferno, antes que pudesse atravessar o inferno coletivo. O aparecimento da Medusa, com seus cabelos de serpentes, simboliza as tentações a que todos temos que enfrentar. Hércules também enfrentou a fera canina para resgatar duas pessoas indefesas que estavam sendo atacadas, antes de cumprir sua missão. A simbologia desse signo passa por descer aos infernos para salvar a humanidade, mas antes disso é preciso salvar a si mesmo dos próprios infernos. Prometeu é a humanidade acorrentada em suas ilusões, constantemente devorada pelo abutre que representa a lei da Causa e Efeito. O fígado que se regenera simboliza as múltiplas oportunidades que temos nesta e em todas as nossas vidas, nas encarnações da Alma em evolução. Aquário e a Limpeza dos Estábulos de Augias O Mestre chamou Hércules para o seu 11º trabalho e disse: “onze vezes a roda girou e agora estás diante de outro portão. Por muito tempo perseguiste a Luz que tremeluzia, primeiro de maneira incerta, depois aumentando de intensidade até tornar-se firme farol, e agora brilha para ti como um Sol brilhante. Agora, volta tuas costas para o brilho, inverte teus passos, volta para aqueles para quem a Luz é apenas um ponto de transição e ajuda-os a fazê-la crescer. Dirige teus passos para Augias, cujo reino deve ser limpo do antigo mal. Eu falei”. Ao se aproximar do reino, Hércules sentiu um forte odor, horrível e fétido. Buscando saber o porquê daquele terrível odor, viu que o rei, há 30 anos, não limpava o excremento de seu gado. O excremento havia se alastrado por todo reino, invadindo o pasto e as terras onde devia haver plantações, sem falar nas epidemias que se alastravam, devastando aquele reino. Hércules dirigiu-se ao rei e ofereceu-lhe sua ajuda, mas, sob dúvida, desconfiança e descrença. No entanto, o rei fez um trato com Hércules: se ele conseguisse mesmo esse feito, daria um décimo de seu rebanho a ele. Hércules observou que havia dois rios que passavam ao redor do reino e meditou até encontrar a solução do problema. Com muito esforço, conseguiu desviar as correntes dos rios, fazendo com que suas águas se dirigissem ao reino, através dos estábulos imundos. As águas limparam toda a sujeira acumulada e todo o reino ficou livre dos excrementos e do odor. Fez tudo isso em um único dia, mas não foi reconhecido o seu trabalho pelo rei, que alegou que ele usou de um truque para fazê-lo. Hércules foi embora banido do reino e, ao chegar ao Mestre, este lhe disse: “tu te tornaste um servidor mundial. Avançaste ao recuares, vieste à Casa da Lua por outro caminho; gastaste a tua Luz para que a Luz dos outros pudesse brilhar. A joia que o 11º trabalho dá é tua para sempre”. Derrubar barreiras simboliza destruir velhos conceitos, antigos padrões arraigados em nossas mentes e emoções. Limpar os estábulos tem a ver com a limpeza que devemos fazer em nossas estruturas humanas, tanto no nível mental quanto no físico e emocional. Modificar conceitos, até que o inconsciente coletivo seja invadido por uma nova maneira de viver, um novo paradigma. Para isso, deve-se limpar esses conceitos antigos em nós mesmos, em seguida, em pequenos grupos, para depois modificá-los socialmente em um trabalho de construtor social. Neste signo, o homem deve tornar-se um Mestre servidor, passando do auto-sacrifício para o trabalho grupal, para então chegar ao serviço impessoal. A Lei aquariana é baseada na iluminação espiritual, na percepção intuitiva e no amor fraternal, que é a capacidade de se identificar com toda forma em cada um dos reinos da natureza. Peixes e a Captura do Gado Vermelho do Gerião O Mestre chamou Hércules e instruiu-o para sua 12ª e última tarefa. “Tu agora estás diante do último portão. Falta ainda um trabalho para que o ciclo seja completo e a libertação conquistada. Vai até aquele lugar sombrio chamado Eritéria, onde a grande ilusão está entronizada, onde Gerião, o monstro de três cabeças, três corpos e seis mãos, é o rei senhor. À margem da lei ele mantém um rebanho de gado vermelho escuro. De Eritéria deves trazer até a nossa Sagrada Cidade este rebanho. Cuidado com Euritião, o pastor, e seu cão de duas cabeças, Ortrus. Mais um aviso: invoca a ajuda de Hélio”. Hércules saiu, então, para sua última tarefa em busca de Gerião. Foi ao Templo de Hélio, o deus do fogo e do Sol, e fez oferendas a ele. Um cálice dourado caiu aos seus pés e nesse momento, ele sentiu em seu íntimo que esse objeto o ajudaria a cruzar os mares na direção de Eritéria. Viajou para Eritéria com seu cálice protetor, cruzou oceanos e desembarcou em uma praia. Subiu no topo de uma montanha e passou a noite em oração e, depois disso, desceu, pronto para cumprir sua tarefa. De longe, avistou o gado vermelho e seu pastor, Euritião, e o cão de duas cabeças. Assim que Hércules se aproximou, o cão tentou atacá-lo, sem sucesso, pois num só golpe, Hércules colocou-o no chão. Euritião, quando percebeu a força de Hércules, amedrontado, suplicou pela sua vida, e Hércules concedeu-lhe o pedido, conduzindo o gado para a Cidade Sagrada. De longe, percebeu uma nuvem escura e densa que crescia rapidamente, e notou que era Gerião vindo em sua direção. Logo ficaram cara a cara, com Gerião exalando fogo e chamas pelas três cabeças simultaneamente. Hércules lançou uma flecha ao flanco de Gerião, que com tamanha velocidade, o feriu apara nunca mais levantar. Então, Hércules continuou seu caminho de volta a conduzir o rebanho. Todo mal que passava por ele era banido através de sua força. Com esses enfrentamentos, muitas vezes perdia seu rumo, mas rapidamente voltava para seu caminho. Enfim, chegou à Cidade Sagrada e ofereceu o rebanho para a deusa Athena, a deusa da sabedoria. O Mestre, que aguardava sua vinda, o recebeu dizendo: “bem-vindo Hércules, a joia da imortalidade te pertence. Por estes 12 trabalhos, tu superaste o humano e te revestiste do Divino. De volta ao lar vieste, para não mais partires. No firmamento estrelado, o teu nome será inscrito como um símbolo para os batalhadores filhos dos homens, de seu imortal destino. Os trabalhos humanos estão encerrados, tua tarefa Cósmica começa”. A cidade Sagrada é formada por duas cidades, ligadas por um belo muro e um portão chamado o Portão do Leão. Após esse trabalho, Hércules prosseguiu para os trabalhos cósmicos , que vão além de nossa compreensão. O homem de três cabeças simboliza os desejos inferiores de todos nós. O pastor é a mente e o cão de duas cabeças, a matéria e as dificuldades psíquicas. Hércules mata o cão de duas cabeças, a natureza psíquica e emocional, ou seja, a matéria. Sua morte representa a privação do seu poder e domínio. O cálice dourado pode ser o si mesmo, como o Santo Graal, o mais profundo em nós, nossa alma. O Salvador Mundial desperta quando mantemos intacto ou quando encontramos o Santo Graal. mais especiais de horóscopo