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Vidente manda mensagem de Natal com conto dos fósforos

21 dez 2014 - 11h37
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<p>Cena de &#39;A Pequena Vendedora de F&oacute;sforos&#39;, de Robert&nbsp;Allers</p>
Cena de 'A Pequena Vendedora de Fósforos', de Robert Allers
Foto: Reprodução

Escrevo para o Terra há década e meia. Todo ano o desafio se repete, é hora da “Coluna de Natal”. Como a data que a motiva, ela também precisa ser muito especial, lapidada com esmero para refletir, em maior quantidade, a mais pura luz possível.

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Como auxílio, além de uma fatia bem fofinha de panetone, aqueço meu formo e entro no clima tendo contato com boas produções artísticas cujo espírito faça alusão ao Natal. Sirvo-me do meu querido repertório pessoal de filmes, músicas, literatura, pintura. 

Gosto de muitas coisas que amealhei vida adentro. Mas, todo dezembro, a história se repete: comoção forte, daquela de escorrer lágrimas, vem com um conto de Hans Christian Andersen, A pequena vendedora de fósforos, verdadeira obra-prima.  

Os motivos são muitos. A história, economicamente contada, em pouco mais de uma página, é de arrepiar, literalmente causa calafrios. Na adaptação para o cinema, um desenho animado de seis minutos dirigido por Robert Allers, a música de Alexandre Borodin (Notturno) soa como complemento ideal, comovente. 

Comovente? Isso mesmo. Como não se compadecer com a solidão, o abandono e o desvalimento daquela garotinha vagando em meio à neve e à indiferença dos que, confortavelmente instalados na vida, sequer a notam?

Os fósforos que ela pobremente precisa vender, último recurso para conseguir alguma coisinha para comer, para fugir das surras do pai, são as fracas chamas, o mais tênue dos fogos, incapazes de iluminar a profunda escuridão dos corações cínicos e gelados que a rodeiam.

Mesmo assim a menina sonha. Abolindo distâncias, eternizando o fugaz, detendo e dominando as forças destrutivas. Acender um único de seus fósforos permite que o Deus do amor supere a crueldade cínica da economia, transportando-a magicamente para “debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes ramos”. 

Gosto dos fósforos da menina. Como ela, lindos e ternos, impõem a virtude. Trazem a prosperidade humana: um prato de comida fumegante, o abraço amoroso da avó. Espero que, nesse Natal, esses fósforos acendam nossas almas. 

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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