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Vidente: futuro é mistério que brota do passado ao presente

11 fev 2016 - 10h30
(atualizado às 10h57)
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A armadura dele era sólida, fortificada. Feita de uma espécie de material mágico, um metal negro, fosco, fluído como mercúrio, bastante resistente ainda que tivesse a aparência de uma borracha grudada ao corpo. Via-se aqui e ali algumas marcas, golpes recebidos na dureza de seguidas batalhas.

Aproximou-se em passos marciais. Bem na frente dos meus olhos arregalados ergueu as duas mãos e, retirando o elmo, inundou com radiante luz avermelhada o nosso encontro. Apertei os olhos. Pisquei. Não conseguia mais enxergá-lo, dissolvido estava na força rubra de um sangue vivo que agora ocupava inteiramente a minha visão.

“Marina”, falou naquele tom grave e sereno de quem pesa cuidadosamente cada palavra, “Aprendi no fel das frutas apodrecidas o valor de cada doçura. Na lâmina aguda da dor a importância de cada cicatriz. Na dificuldade fria da aflição a beleza de cada coragem”.

Atônita, buscando reter a riqueza das frases, comentei – tendo a estranha sensação de que não era eu quem falava: “Claro que tudo isso é muito importante, respeitáveis lições que gostaria de saber como aplicar nos desafios que enfrento cotidianamente”.

“É ao mesmo tempo simples e complicado”, ponderou a voz que brotava da luz. “Esvazie tudo até a essência. Limpe todo o supérfluo que encontrar pelo caminho. Guarde como único tesouro a bondade que gera as coisas e os nomes”.

Tentando organizar o que acabava de ser revelado, ouvi e reconheci, para aumento do meu espanto que já não era pequeno, minha própria voz, fora de mim, indagando sem que eu movesse qualquer músculo: “E o futuro?”

Era a famosa pergunta das perguntas que sempre me perguntavam. Enquanto a luz se transformava lentamente num violeta profundo, bastante sereno, ele explicou: “O futuro, sempre aberto, depende da correta relação com o presente, de acumular, como mencionei há pouco, o tesouro do bem”.

Nesse instante acordei. Não pude deixar de pensar: “O futuro é como esse sonho, mistério que brota do passado para o presente. Na clareza ofuscante do hoje, devemos trabalhar espiritualmente para alcançar o violáceo do amanhã, maior simplicidade e bondade possíveis – eis a chave e o mérito”.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Terra
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