Vidente fala sobre a sensibilidade apurada dos gatos
Cães e gatos trazem alegrias, fidelidade e histórias de sensibilidade
Sou daquelas que gosta de cães e gatos na mesma medida, sem preferir esse ou aquele. Admiro e deixo-me cativar pela natureza de um e de outro. O cachorro, todo para fora, lambão e brincalhão, nos conecta com as alegrias da vida. O felino, introspectivo, recolhido e hierático, sugerindo os discretos mistérios da espiritualidade.
Histórias surpreendentes com cães há muitas. Fiéis, companheiros, sempre ao nosso lado. Mas, não se iluda, os gatos, geralmente menos populares, também podem surpreender.
É o caso de Oscar. Tranquilo e peludo vive em Rhode Island (Estados Unidos), numa clínica geriátrica. Toda manhã ele faz sua ronda, passeando de quarto em quarto, observando e cheirando com cuidado cada paciente do lugar.
Algumas vezes Oscar decide aconchegar-se a um dos idosos visitados. Vai, então, com delicadeza, enquanto ronrona, roçando com o focinho no escolhido. É sinal de que aquela pessoa está prestes a morrer. O gato se instala e permanece ali até que a pessoa dê o último suspiro.
Ninguém morre por ali sem a vigília de Oscar. Em pouco mais de dois anos ele acompanhou todas as partidas, mais de vinte pessoas. A equipe da clínica passou a confiar na sensibilidade do felino. Quando ele se instala num quarto, correm para o telefone: é hora de avisar os parentes.
Como pode ser? Alguns geriatras falam de cheiro, cor da pele ou padrão de respiração. É bem possível que gato seja capaz de ler esses sinais, mas com tanta variação de doenças, parece um bocado improvável.
Outra indagação: por que Oscar faz isso? Qual motivação haveria? Será que, amoroso, generoso, ele quer levar conforto? Zelar pelo bem-estar de quem está fragilizado? Pode ser.
Eu, por minha vez, gostaria de chamar a atenção e destacar a força das energias sutis que a antena sensível de Oscar é capaz de captar. Não dá para não concordar com Shakespeare, há mesmo muitas coisas entre o Céu e a Terra.
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