Vidente diz como 'escutar' melhor as mensagens espirituais
Enquanto não ficava verde, lá estava eu parada no cruzamento. Haja espera nesses faróis que demoram quase uma eternidade, carros e ônibus passam zumbindo a dois dedos do nosso nariz, coisa de cidade grande, cada vez mais louca e agitada.
Ao meu lado um rapaz, visivelmente inquieto, atarefado, dinâmico, trabalhando com vivacidade. Falava ao celular, ou, pelo menos, tentava falar. Em meio ao barulho atordoante repetia, numa crescente exasperação, a mesma informação. Duas, três, quatro vezes e o interlocutor sinalizava apenas não estar entendendo.
Respirando fundo, buscando uma última reserva de boa-vontade, cadenciadamente, quase sílaba por sílaba, ele verbalizou outra vez aquelas poucas unidades básicas de informação, o mínimo denominador comum que precisava compartilhar com quem estava na outra ponta.
“Entendeu?”, perguntou esperançoso em meio ao rugido de uma motocicleta. Após breve silêncio, suspiro fundo e desabamento. Cansado, esgotado, meu companheiro de esquina jogou a toalha: “Não? Bem, acho que você deve procurar um médico pro ouvido. O problema é seu ouvido e não o telefone”.
Tentei segurar, mas espontaneamente soltei uma gargalhada gostosa. Ele também caiu no riso, jogando ombros e cabeça para frente, num gesto de quem aceita a derrota, desiste. O farol abriu, do outro lado da rua seguimos caminhos diferentes.
A história acompanhou-me acomodada na memória. Era metáfora perfeita do que costuma acontecer no plano de comunicação esotérica-terrena. O lado de lá, espiritual, está enviando sinais e, infelizmente, muita coisa importante escapa aos nossos ouvidos (um tanto adoentados, ligados a uma porção de futilidades).
É angustiante ver tanto esforço desperdiçado, esperando que, por aqui, com menos prepotência e arrogância, consigamos discernir o que de fato tem valor, peneirando daquilo que é vazio e dispensável.
Mas nada de perder as esperanças. Hoje podemos estar surdos para algo que ouviremos claramente amanhã. A paisagem ao nosso redor e nós mesmos estamos mudando para melhor. Ainda bem. O que não quer dizer que algumas pessoas não precisem dar um pulinho no otorrinolaringologista das audições espirituais.
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