<p>Santa Ceia de Leonardo Da Vinci<br /> <strong>Conheça o significado astrológico de A Última Ceia</strong><br /> <strong>Eunice Ferrari/ Especial para o Terra</strong></p> <p>Leonardo da Vinci está entre os homens mais eruditos de todos os tempos, reunindo um vasto conhecimento como pintor, escultor, inventor, anatomista e também astrólogo. Em todas as áreas que atuou, deixou a marca de sua genialidade. Entre as várias obras de Da Vinci está <em>A Última Ceia</em>. Uma obra que começou a ser feita em 1495 e terminou em 1498, foram quase 4 anos para concluí-la, mas mesmo assim, nunca foi. Aliás quase nenhuma obra de da Vinci foi concluída, trazendo alguns problemas para ele, pois não costumava cumprir os contratos que firmava.</p> <p><strong>Análise da obra</strong><br /> O simbolismo que a obra nos transmite é muito profundo, pois da Vinci possuía um profundo conhecimento dos arquétipos e detinha amplo conhecimento astrológico. Nessa obra ele demonstra perfeitamente o zodíaco, com os 12 signos, tendo o Sol (Cristo) como o centro dos acontecimentos e da criação. Se separarmos os apóstolos em quatro grupo de três , teremos representadas as quatro estações do ano. Cada estação tem três meses, no hemisfério Norte iniciando-se na primavera, com os meses de março, abril e maio, relacionados a Áries, Touro e Gêmeos; o verão, com os meses de junho, julho e agosto, relacionados a Câncer, Leão e Virgem; o outono, com os meses de setembro, outubro e novembro, relacionados à Libra, Escorpião e Sagitário; e o inverno, com os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, relacionados a Capricórnio, Aquário e Peixes.</p> <p><strong>A figura do Cristo</strong><br /> A figura do Cristo está bem no centro e a dos apóstolos distribuídas em eclíptica, e os apóstolos, que representam todos os signos, distribuídos em uma posição formando eixos, onde um signo está na polaridade oposta ao outro seu complementar. Com isso, Da Vinci afirma que tudo tem dois polos (o princípio da polaridade), mas possuem natureza similar quando se encontram no mesmo eixo. O que nos faz conseguir o equilíbrio que todos nós vivemos através das polaridades dos signos opostos é o centro, o caminho do meio, da temperança, representado na obra pela figura do Cristo.</p> <p><strong>Decifrando as imagens </strong><br /> <strong>Jesus</strong><br /> Jesus com sua mão esquerda aberta e voltada para cima, como se estivesse alimentando os que estão colocados à sua esquerda, representando as estações da primavera e verão, nas quais existe a abundância da vida, do nascimento e do crescimento. Sua mão direita, voltada para baixo, como se estivesse absorvendo todas as experiências acumuladas pelas estações do outono e inverno, representando a sombra, a maturidade e a morte. Esse simbolismo tem a ver com o ciclo zodiacal, de nascimento e morte. A mesma relação é feita na observação da luz, que é projetada à esquerda de Cristo, e a sombra, à sua direita.</p> <p>(Destacar os apóstolos indicados, e linkar com os respectivos textos)<br /> <strong>Eixo do eu e do outro</strong><br /> <strong>Simão (Áries)</strong><br /> Na extrema esquerda, na cabeceira da mesa, vemos Simão, representando o signo de Áries. Ele é representado da esquerda para a direita, pois o zodíaco, visto através da Terra, caminha em sentido anti-horário. Áries é o signo da luta e do pioneirismo, da liderança, dos inícios, e é isso que Simão representa sentado à cabeceira da mesa. A posição de Simão é de altivez, de ascendência, de assertividade e agressividade, características das pessoas desse signo.</p> <p><strong>João (Libra)</strong><br /> Do outro lado da mesa, representando a polaridade oposta de Áries, o signo de Libra, representado por João. Áries está relacionado ao “eu” e Libra corresponde ao “outro”, não à satisfação do ego, mas à satisfação do parceiro. Librianos buscam a paz, o equilíbrio, a beleza e a harmonia. A figura de João recebe e absorve todo impacto da discussão, que claramente parte de Simão. Podemos perceber, na imagem, uma postura de absorção, de recebimento do impacto. As próprias mãos de João estão em posição de recolhimento, de recepção. A figura tem um semblante doce e gentil.</p> <p><strong>Eixo dos valores e do poder</strong><br /> <strong>Judas Tadeu (Touro)</strong><br /> Ao lado de Simão encontramos Judas Tadeu, relacionado ao signo de Touro. Touro é um signo de valores, pessoais e de posse, e possui uma imensa necessidade de construir coisas sólidas e seguras. Quer sentir que possui uma estrutura sólida de vida, em que possa relaxar e contemplar a própria vida. Ele se apoia na mesa, coloca o braço esquerdo nela. Seu porte é robusto e consistente, como o do próprio taurino. Touro precisa aprender a dominar seus sentidos, suas raivas, seus desejos, para não fracassar diante das vicissitudes da vida.</p> <p><strong>Judas Escariotes (Escorpião)</strong><br /> Na polaridade oposta encontramos Judas Escariotes, representando o signo de Escorpião, os valores do outro, os valores coletivos, uma função assumida por Judas, pois ele era tesoureiro do grupo. Ele no grupo está na posição de expectador, observando quieto todos discutindo, se apercebendo das emoções de cada um, típico de uma pessoa nascida sob esse signo. Ele analisa quieto, traça as estratégias e só se manifesta no momento certo. Quem conseguir entender o Judas Escariotes de Leonardo da Vinci poderá entender melhor o signo de Escorpião, pois esse signo tem uma profunda função na vida de todos nós. A função da morte e do renascimento, da superação do ego através das transformações.</p> <p><strong>Eixo da comunicação/sabedoria</strong><br /> <strong>Mateus (Gêmeos)</strong><br /> A seguir, na obra, encontramos Mateus, relacionado ao signo de Gêmeos e a todo processo mental e de comunicação, à nossa porção intelectual, ao mental inferior e concreto, ao acúmulo de conhecimento cognitivo, cerebral, e aplicado à realidade material. Geminianos são considerados instáveis e muitas vezes volúveis, pois são ágeis, rápidos, joviais, curiosos e costumam considerar todas as possibilidades possíveis diante de algumas situações. Mateus é representado por algumas dessas características, olhando e argumentando e usando as mãos, que são regidas por esse signo. Não vamos esquecer também que Mateus era considerado o mensageiro e repórter de Cristo, como o próprio Mercúrio era o mensageiro dos deuses.</p> <p><strong>Pedro (Sagitário)</strong><br /> Chegando a Pedro, nos deparamos com a sabedoria, que se opõe a Mateus, que representa o conhecimento cognitivo. O signo de Sagitário é representado por Pedro, que rege os temas superiores, o conhecimento abstrato e se lança ao desconhecido sem medo, meio atrapalhado muitas vezes, mas sempre expressando franqueza e verdade. Pedro foi o fundador da Igreja e da religião, junto com Paulo. A fé de Sagitário, que muitas vezes é cega e dogmática, é representada por esse apóstolo. A mão de Pedro segura uma faca, como se defendesse seus próprios ideais, que costumam ser altos, morais e elevados, mas muitas vezes cheios de regras e dogmas.</p> <p><strong>Eixo do tempo</strong><br /> <strong>Felipe (Câncer)</strong><br /> Na sequência encontramos Felipe, que está relacionado ao signo de Câncer. Aqui chegamos ao inconsciente, à sensibilidade, ao sentimento materno, à conservação emocional, à origem e às tradições. Com o semblante nitidamente feminino ele leva as mãos unidas perto do peito expressando a emotividade, expressando o “vem a mim” do próprio Cristo. Essa postura de Felipe também lembra as garras do próprio caranguejo, que é o animal que representa esse signo. Neste signo, há a relação com o passado e com a mãe.</p> <p><strong>André (Capricórnio)</strong><br /> André representa, na obra <em>A Última Ceia</em>, o signo de Capricórnio, relacionado com o futuro e também ao pai. Capricórnio rege o destino, a carreira, os objetivos de vida e nosso papel social. Podemos ver André numa atitude nitidamente capricorniana, ou seja, cauteloso. Capricórnio pode ser considerado frio por ser prático demais, podendo muitas vezes desenvolver o pessimismo. Enquanto Felipe diz: “venham a mim”, André parece dizer: “afastem-se de mim”. André, entre os apóstolos, simboliza a razão, a confiança, a segurança e a prudência.</p> <p><strong>Eixo do poder da criação</strong><br /> <strong>Tiago Menor (Leão)</strong><br /> Representando Leão, temos Tiago Menor. Leão rege o poder do rei, do governante, do monarca. Carismático, altivo, meio dramático, ele busca o reconhecimento pela necessidade de aparecer mais que os outros, da exibição. Ele é a figura mais dramática da obra e mais bela também, com os braços abertos, expondo o coração e abrindo-se à luz. O peito aberto de Tiago Menor representa a generosidade do leonino, que muitas vezes chega às raias da ingenuidade, especialmente enganado pela própria vaidade e egocentrismo.</p> <p><strong>Tiago Maior (Aquário)</strong><br /> Tiago Maior representa o signo de Aquário, associado às ações relacionadas à liberdade, à fraternidade e à igualdade de todos. Aquário tem a ver com o poder coletivo, do grupo e da sociedade como um todo. Mas também à rebeldia, a tudo o que é pioneiro e progressista, à humanidade como um todo. Tiago Maior não aparece em primeiro plano e não se expõe isoladamente, mas junto com o grupo, através da compreensão e da diplomacia. Aquário é o signo da amizade e do grupo e percebemos Tiago tocando André e Pedro.</p> <p><strong>Eixo do servir</strong><br /> <strong>Tomé (Virgem)</strong><br /> O apóstolo Tomé representa o signo de Virgem na obra de da Vinci. Esse signo está relacionado com a praticidade, com a rotina, a analise e a critica. É também regido por Mercúrio, mas neste signo, os processos mentais estão mais voltados à analise minuciosa dos acontecimentos e de questões práticas. As pessoas de Virgem têm necessidade de sentir-se úteis e de prestar o seu serviço ao mundo. São críticos, detalhistas e questionadores. Tomé, como todo mundo sabe, é o apóstolo que precisa ver para crer, e nessa postura diante da vida, questiona até o próprio Cristo. Essa imagem está representada na <em>Última Ceia</em> por ele colocando o dedo indicador diante de Jesus.</p> <p><strong>Bartolomeu (Peixes)</strong><br /> Peixes está associado à fantasia, ao sonho e à irrealidade, mas também ao romantismo diante da vida, à inspiração e à compreensão. São pessoas compassivas, emotivas e intuitivas, voltadas à contemplação da vida. Bartolomeu encerra o círculo zodiacal representado sutilmente por da Vinci nessa obra, mostrando-o quase alheio a tudo o que está acontecendo em seu entorno. Ele olha para um ponto difuso, podendo não estar percebendo o que acontece naquele momento. Ele não fala, apenas contempla e aceita. Peixes ama servir, mas precisa entender como deve fazer isso para que não se perca na dor do outro.</p> mais especiais de esotérico