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Número de espermatozoides cai em sêmen de franceses

5 dez 2012 - 16h11
(atualizado às 16h44)
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Uma nova pesquisa, publicada nesta quarta-feira (05) na revista Human Reproduction, mostrou que a concentração de espermatozóides no sêmen dos homens franceses diminuiu entre 1989 e 2005. O estudo é importante porque envolveu 26 mil homens e, provavelmente, essa é a maior amostra já estudada. Embora os resultados não possam abranger outros países, eles apoiam outros estudos acerca deste tema. As informações do jornal inglês The Guardian.

Foto: Getty Images

Os pesquisadores utilizaram a tecnologia de reprodução assistida, com a coleta de dados em 126 centros franceses. Eles examinaram amostras de sêmen fornecidos por homens que eram parceiros de mulheres submetidas a tratamentos de fertilidade porque suas trompas foram bloqueadas - em outras palavras, a infertilidade do casal devia-se também a outros problemas, ao invés de ser atribuída somente ao esperma masculino.

Eles relataram  que, ao longo dos 17 anos, houve um declínio significativo e constante de 32,2% da concentração (milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen), o que representa uma taxa de 1,9% ano de queda por ano. Os pesquisadores calcularam que em homens com a idade média de 35 anos, a concentração caiu, em média, de 73,6 milhões /ml em 1989 para 49,9 milhões/ml em 2005. Além disso, foi constatada uma diminuição de 33,4% na porcentagem de espermas morfologicamente (forma do esperma) normais neste período.

No jornal, o grupo de cientistas chamou os resultados de “um sério alerta de saúde pública” e destacou a importância do monitoramento destes dados. Joëlle Le Moal, uma das autoras da pesquisa, ressaltou que as células reprodutivas femininas e masculinas são o início de todo o desenvolvimento humano. “Isso pode ser um problema para a saúde das próximas gerações”, pontuou. “A queda mostrada em nosso estudo significa que os valores médios que tivemos em 2005 estão abaixo da faixa ‘fértil’ para homens, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. No entanto, isto é a apenas uma média. Os valores de 2005 são menores do que 55 milhões/ml, abaixo da concentração de esperma esperada”, acrescentou.

A queda dos espermatozoides é difícil de ser mensurada por uma série de razões. Uma delas é porque é difícil comparar dados de centros de fertilidade da década de 70 com os dos dias atuais, uma vez que os procedimentos mudaram muito ao longo dos anos. Outro problema é que a concentração de espermatozoides também é afetada por fatores como obesidade, uso de álcool e drogas.

Os autores afirmaram que são necessárias mais pesquisas sobre as possíveis causas para este declínio, mas outros estudos têm apontado para a influência de  fatores ambientais como desreguladores endócrinos ou fatores que podem induzir alterações epigenéticas (alterações na forma dos genes ou no comportamento das células) que podem ser passados de geração em geração, e que podem contribuir para um processo mais longo de declínio da fertilidade masculina.

Fonte: Terra
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