Problemas com a sogra? Veja dicas para melhorar essa relação
Quando um relacionamento se inicia, com a novidade, paixão e mil programas românticos, pouco importa o "pacote" que vem junto com uma mulher. Amigos, cachorro, histórias e traumas são alguns dos itens, assim como a mãe da moça que, em questão de dias ou meses, passará a ser chamada de "sogra".
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Muita gente enfrenta problemas de afinidade neste sentido, e a psicóloga Cecília Zylberstajn explica o porquê. "É preciso sempre levar em conta que sogra e genro só têm essa relação porque existe a namorada ou esposa, que é a personagem principal desta história. Por isso, eles precisam fazer concessões em nome da relação filha/esposa."
Quando a convivência é conflituosa, é preciso esforço de ambos os lados para minimizar o estresse e preservar a privacidade do casal. Acompanhe abaixo alguns comportamentos recorrentes e como lidar com eles sem pesar o clima.
Vão se casar quando, hein?
Quando o namoro ainda não está nem perto do casamento, algumas sogras não resistem à boa e velha pergunta: "E aí, quando é que sai o casamento?". Segundo a psicóloga Cecília Zylberstajn é possível driblar o constrangimento com brincadeira. Quando os comentários extrapolam os limites, é hora de partir para o diálogo. "É preciso conversar sobre isso no casal e comunicar a sogra, dizendo que incomoda e que este tipo de comportamento está mais atrapalhando do que ajudando. Diga que o namoro está indo bem e que se sente feliz em saber que pode contar com o apoio dela", indica.
Quando a sogra dá pitaco
É preciso impor limites à sogra que opina em tudo na vida do casal, aparece na casa da filha sem aviso prévio ou cria uma conexão paralela de comunicação, excluindo o homem de convites ou fatos importantes da família. Neste caso, é preciso contar com a parceria da mulher ou namorada. "É importante que a mulher se posicione. Isto pode ser feito com delicadeza, mas com firmeza. Por exemplo, mostrar que decisões importantes serão sempre tomadas junto com o marido", indica a psicanalista Blenda de Oliveira.
Tem também aquela sogra que acaba protegendo muito a filha, e, segundo Blenda, acaba deixando nas entrelinhas ou explicitamente que o marido está errado ou que ele não tem autoridade para comandar a vida familiar deste casal. Neste caso, o homem deve ter uma conversa com a mulher para que ela corte este tipo de comunicação logo no início. "A questão é que muitas filhas não cortam vínculos de dependência com a mãe, favorecendo o que chamamos de triangulação entre marido, sogra e esposa", observa.
Visitas indesejadas
Algumas sogras se sentem no direito de visitar a casa da filha sem perceber que podem estar invadindo a privacidade de marido e mulher. "Casal significa os dois, se a filha permite e o genro não, é invasivo", indica a Cecília.
A especialista explica que o homem deve conversar com a mulher sobre o tema, para que depois isso seja levado à sogra. "A mensagem só vai ter valor se for comunicada pelo casal, mesmo que em nome da filha. É possível dizer: 'Adoramos a sua companhia, mas queremos ter mais tempo para ficarmos sozinhos na nossa casa. Gostaríamos de combinar o tempo que você virá aqui'", orienta Cecília.
Sogra x Filha
Nos casos em que mãe e filha não se entendem, o genro também acaba ficando em um fogo cruzado. De acordo com Blenda, existem sogras que têm uma relação conflituosa com a filha e, às vezes, tendem a depreciá-la perante o marido ou filhos. "É importante que o marido ajude sua esposa a se colocar, mas buscando a harmonia. Não podemos esquecer que estamos falando da relação mãe e filha, que tem uma história, por isso precisa ser tratada de forma madura, evitando colocar mais lenha na fogueira. Tomar as dores da esposa também ajuda muito pouco", pontua.
Educação da criançada
Outro sinal de alerta é quando além de se intrometer no casamento ou namoro, a sogra acaba palpitando muito na educação dos filhos. Os pais devem ficar atentos se a criança começa a discordar demais ou se a avó está tirando a sua autoridade. "O pai não pode recuar e deve ser claro como quer que as coisas sejam feitas", orienta Blenda. É preciso rever, junto com a mulher, as decisões e princípios que orientam a formação das crianças.
O outro lado
Mais do que tentar melhorar a relação com a sogra, é importante também ver se a sogra da sua mulher, ou seja, sua mãe, também não está ocupando muito espaço na relação. "O primeiro sinal é a reclamação da companheira", indica Cecília.
A psicóloga explica que é preciso, em primeiro lugar, zelar pelo contato com a mãe sem prejudicar o namoro ou casamento. "Quando namoramos ou casamos, muitas decisões que tomávamos sozinhos são tomadas em conjunto com a namorada, como onde morar, férias, decisões financeiras. Por isso, é preciso rever a relação com os pais".
A especialista diz que é bom evitar frases como "Fulana se incomoda que você faça", preferindo "Nós nos incomodamos", pois isso a fará entender que vocês são um casal.
Guia da boa convivência entre sogra e genro
Para saber a hora de levantar a bandeira da paz, é preciso ter consciência do significado de uma boa convivência. "A relação saudável não é necessariamente aquela na qual os dois se dão muito bem e se adoram, e sim, na qual os três estão confortáveis, pois inclui a companheira. Às vezes, mais distância significa mais saúde na relação", afirma Cecília.
Segundo as especialistas ouvidas, é possível evitar saias justas com pequenas mudanças de comportamento. Evitar ser agressivo gratuitamente, faltar com o respeito ou fazer brincadeiras indevidas já é um bom começo para uma boa relação.
Blenda explica a importância em aprender a lidar com as diferenças, uma vez que, para a criação de uma família, um bom nível de convivência é importante para todas as partes. "O homem pode ajudar participando dos convites, convidando a sogra para um programa em família e mostrando-se a favor de uma família harmônica. Esta é uma atitude que nem sempre é falada, mas demonstrada", conclui.
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