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Pai coruja deve impor limites aos filhos; saiba por quê

1 ago 2013 - 07h11
(atualizado em 3/8/2020 às 15h18)
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Quem é pai certamente já deve ter carregado ao longo dos anos o famoso título de “papai coruja”. Afinal, logo depois do nascimento de um filho, é difícil deixar a bajulação um pouco de lado e não encher o pequeno de carinhos e elogios. No entanto, os mimos em demasia precisam ser controlados para não influenciar negativamente a educação e o desenvolvimento da criança.

Apesar de não parecer, o amor em excesso indica, na maioria das vezes, falta de clareza do pai em relação às suas funções, além de insegurança e até mesmo carência, fatores que fogem do comportamento adotado por quem deve dar toda a estrutura necessária para que seus herdeiros passem pelas etapas da vida com equilíbrio, disciplina e sabedoria.

“Essa postura inadequada dos pais se agrava quando eles trabalham muito e não querem passar o pouco tempo que têm ao lado dos filhos impondo limites e dando broncas, preferindo, muitas vezes, conquistar a afeição dos pequenos com presentes e atitudes que seriam mais adequadas a um amigo do que a um responsável”, afirma Marcela Lima, psicóloga clínica formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Os contras 

Demonstrações de amor são saudáveis e importantes para o desenvolvimento infantil. Porém, a educação, com regras e limites, é igualmente necessária para que a criança não cresça com uma visão deturpada da vida e acabe tendo problemas no futuro. “Quem bajula e mima demais seus filhos, geralmente, também os protege muito, prejudicando o seu desenvolvimento. Afinal, essas ações, por mais bem intencionadas que sejam, na verdade, os infantilizam e os privam de superar seus próprios desafios”, explica Gustavo Aurélio, psicólogo clínico de São Paulo.

Os tipos mais comuns de “corujisse” paterna podem chegar a alcançar dois extremos: quando o pai deixa de impor regras importantes e claras, permitindo que a criança faça o que bem entender, e quando ele se torna supercontrolador e se envolve demais nas atividades dos filhos. Essas formas equivocadas de educá-los podem provocar a rebeldia, desobediência, timidez e, muitas vezes, a insegurança dos pequenos, que tendem a apresentar baixa autoestima, uma vez que reconhecem suas incapacidades e fraquezas.

“Quando os mimos são exagerados, a criança não aprende a conhecer os próprios limites e a respeitar as regras da vida em sociedade, o que se torna um problema notável, principalmente durante a adolescência”, analisa Marcela.  Por isso, faz parte da educação permitir que ele aprenda a ser autossuficiente e se torne cada vez mais responsável por si mesmo. Dificuldade para tomar decisões e até mesmo problemas com vícios integram a lista de efeitos adversos que a prole mimada pode vir a apresentar no futuro.

Como evitar a “corujisse”

O primeiro passo para que o pai fuja dos aspectos negativos da bajulação exacerbada  é lembrar que nem sempre ele estará presente em todas as situações vividas pelo filho e que todas as atitudes adotadas por ele dentro de casa podem servir de modelo para o herdeiro na rua.  Por isso, tentar desenvolver na criança as suas capacidades naturais para que ela tenha sua independência instigada é fundamental para o bom relacionamento de todos.

“Amar um filho não precisa ser sinônimo de proteger e bajular demais, mas sim de amar sem sufocá-lo, enquanto o conduz para a experimentação, dentro de regras e limites claros”, analisa Gustavo. “Geralmente, os pais tentam evitar que seu filho sofra, mas o problema é que há certas dificuldades e momentos complicados que o filho terá de enfrentar sozinho”, complementa.

Fonte: Agência Hélice
Fonte: Terra
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