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Meu Xaveco Inesquecível

31 mai 2010 - 10h54
(atualizado às 12h41)
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Invadir a privacidade pode não ser uma boa maneira de chegar numa mulher

Aconteceu neste ano. De repente tocou meu celular, eu atendi e um cara começou a falar: "oi Renata, você não me conhece, mas eu queria conversar com você. Não quero que se assuste, nem que desligue. Sei que você mora na rua tal, e tal, e tal". E foi falando tudo da minha vida. Depois continuou seu discurso: "eu trabalho na empresa X, não sou um menino, estou solteiro, tenho 42 anos, dois filhos, sou separado. Esse número que está na sua bina é o da minha mesa. Você pode me ligar, sou diretor de tal área, peguei teu telefone no cadastro da empresa." Nossa, desliguei. Desliguei na cara dele, fiquei assustada.

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Em seguida liguei para a empresa (que é uma grande instituição, uma multinacional que eu não quero dizer o nome). Liguei para o departamento que eu costumava falar lá e disse o ocorrido. Quantos mais ali dentro não poderiam fazer o que ele fez? Eu queria resguardar minha casa e minha família! Só que quando falei o nome dele, duvidaram de mim. Ele tinha um alto cargo ali dentro, passei até por mentirosa.

Mas provei que eu falava a verdade porque eu tinha todos os contatos dele. Mais tarde me ligaram, pediram desculpas e falaram que aquilo nunca tinha acontecido antes - e que não iria se repetir. Pois bem, mas depois de alguns dias quem me liga de novo? Ele.

"Renata. Agora você sabe que eu existo, quem eu sou, e que eu não tava de brincadeira. Sei que você ligou aqui na empresa, mas eu quero realmente lhe conhecer". E ele começou tudo de novo, até que o cortei, encerrei o assunto e desliguei. Não gosto de quem invade minha vida assim.

Acho que ele começou errado, me xavecou da forma errada, sabe? Se ele tivesse sido menos invasivo, mais cauteloso, poderia ter dado certo. Faltou fantasia e romantismo, pareceu que ele fazia isso com todas. Bloqueie ele no meu celular para não ser incomodada de novo.

DICA DO RAMPA

Atenção para o que disse Renata Banhara: "se ele tivesse sido menos invasivo, mais cauteloso, poderia ter dado certo". Meu camarada, o bom xaveco deve ter bom senso e limites, por favor! Tudo bem que às vezes uma cartada de ousadia vai bem, mas há riscos nisso. Nosso amigo diretor de multinacional que o diga. Se vacilar, até o emprego o cidadão perdeu.

A dica é: coloque-se sempre no lugar da mulher. Não vai dar em cima da menina com o namorado dela por perto, não vá xavecar a vendedora de loja quando ela estiver trabalhando, e evite ligar para o celular da gatinha dizendo saber tudo da vida dela como se um psicopata fosse. Não basta suas intenções serem as melhores possíveis, elas devem parecer assim.

Todas as segundas-feiras a coluna Meu Xaveco Inesquecível revela cantadas verídicas de famosos e dá dicas quentes para quem pretende se tornar um expert na arte (ou apenas pisar menos na bola).

Fabiano Rampazzo, 34 anos, é jornalista e escritor com quatro livros publicados sobre relacionamento. Para Manual do Xavequeiro (Editora Matrix) o autor entrevistou mais de 200 homens e mulheres de diferentes faixas etárias, tornando-se um "conhecedor" da arte da conquista.

Fonte: Especial para Terra
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