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Fertilização também pode ser feita sem estimulação ovariana

31 ago 2012 - 08h35
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Um dos momentos mais sofridos da fertilização

Um dos momentos mais sofridos da fertilização in vitro (FIV) são os dias de aplicação das injeções que estimulam os ovários a produzir vários óvulos. Em alguns casos, dependendo da causa do problema de fertilidade, essa parte pode ser "pulada" e o médico pode trabalhar com o ciclo natural da paciente
Um dos momentos mais sofridos da fertilização in vitro (FIV) são os dias de aplicação das injeções que estimulam os ovários a produzir vários óvulos. Em alguns casos, dependendo da causa do problema de fertilidade, essa parte pode ser "pulada" e o médico pode trabalhar com o ciclo natural da paciente
Foto: Dreamstime / Terra
in vitro

(FIV) são os dias de aplicação das injeções que estimulam os ovários a produzir vários óvulos. Em alguns casos, dependendo da causa do problema de fertilidade, essa parte pode ser "pulada" e o médico trabalha com o ciclo natural da paciente.

De acordo com Marcos Höher, especialista em reprodução humana do Centro de Pesquisa e Reprodução Humana Nilo Frantz, de Porto Alegre, as primeiras fertilizações, na década de 1970, foram feitas com ciclo natural. "Com o passar dos anos, mais precisamente na década de 1980, foram desenvolvidas as medicações hormonais injetáveis que fazem a estimulação dos ovários", afirma.

A FIV com ciclo natural é realizada da mesma forma que a fertilização comum. A grande diferença é que a mulher não terá que fazer a estimulação ovariana e o médico vai trabalhar com um único óvulo.

Outra particularidade do método é que a fertilização é feita com Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI). "Como nós temos um único óvulo, tentamos aumentar as chances de fecundação das células. Por isso, a injeção do espermatozoide representa mais garantia", esclarece Marcos.

Indicações para FIV com ciclo natural

A primeira indicação para fertilização in vitro com ciclo natural é para casais formados por mulheres jovens, que têm ciclos menstruais regulares, e homens que apresentem algum problema nos espermatozoides. Outra situação que pode dispensar a utilização dos medicamentos é quando a paciente é saudável, mas possui uma obstrução nas trompas de falópio. "Ela tem que fazer uma FIV, mas na verdade tem regularidade menstrual, bom desempenho ovariano e útero saudável. As chances de implantação do embrião são altas, por isso podemos fazer a fertilização com o ciclo natural", diz Marcos.

Segundo o especialista, a segunda maior indicação de FIV com ciclo natural é para mulheres mais velhas. "O que tem acontecido com certa frequência com as pacientes de idades mais elevadas é uma resposta não satisfatória à estimulação ovariana. Nós receitamos doses mais elevadas dos hormônios, mas mesmo assim elas conseguem produzir apenas um, dois ou no máximo três óvulos", explica o médico. Diante desse quadro, alguns médicos vêm orientando essas mulheres a partirem para a fertilização com o ciclo natural, porque originalmente o corpo já produz um óvulo por mês. Dessa forma, elas não precisariam se submeter às "picadas" das aplicações.

Vantagens do tratamento

A grande vantagem do tratamento é que a paciente não vai ter nenhum risco de passar por uma síndrome do hiperestímulo ovariano, quando os ovários respondem de maneira exagerada ao tratamento, o que pode trazer complicações de saúde para a mulher. Além disso, a fertilização in vitro com ciclo natural tem custo menor do que o tratamento convencional.

Outra vantagem é que o risco de gravidez gemelar é mínimo. Se acontecer, será obra da natureza, já que um único embrião será implantado no útero da mulher. O tratamento ainda oferece mais pontos positivos, como a seleção natural do óvulo. E o endométrio dessa mulher estará em condições melhores do que as que passam por estimulação ovariana. "Quando não há exposição a doses altas de hormônios, o útero fica mais receptivo ao embrião", diz Marcos.

Como o procedimento de retirada do óvulo vai aspirar apenas uma célula, a mulher não precisará ser submetida a uma anestesia geral. Os médicos podem fazer a retirada com anestesia local, com uma recuperação bem mais tranquila para a paciente.

Desvantagens do método

A grande desvantagem do método são as taxas de sucesso, já que elas são maiores quando o especialista implanta mais de um embrião no colo do útero. Em ciclo com estimulação ovariana, pacientes jovens têm de 40% a 50% de chances de obter uma gestação. Já quando o procedimento é natural, as taxas caem para cerca de 20%.

Segundo Marcos, esse tipo de tratamento tem melhor resultado quando é feito até quatro vezes seguidas. Isso porque, quando se depende de um único óvulo, as chances são menores. Por exemplo, no dia de fazer a aspiração da célula, o médico pode não conseguir pegá-la, por conta de alguma complicação, e o ciclo está cancelado. "Quando a taxa é acumulativa, até quatro tentativas, as chances de se obter uma grávida por meio de FIV com ciclo natural sobem para 40%."

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Fonte: Cross Content
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