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Exame do cromossomo Y na ejaculação orienta fertilização

4 set 2012 - 08h05
(atualizado às 09h50)
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A ausência de espermatozoides ejaculados não significa necessariamente que o homem não poderá engravidar a parceira. Para constatar suas chances, o homem deve fazer uma avaliação genética, que inclui o exame de detecção de microdeleção do cromossomo Y.

Quando há ausência de espermatozoides ejaculados, o homem deve fazer uma avaliação genética para constatar suas chances de engravidar a parceira. O procedimento inclui o exame de detecção de microdeleção do cromossomo Y
Quando há ausência de espermatozoides ejaculados, o homem deve fazer uma avaliação genética para constatar suas chances de engravidar a parceira. O procedimento inclui o exame de detecção de microdeleção do cromossomo Y
Foto: Shutterstock


Se for constatada na análise seminal a baixa concentração de espermatozoides ou, principalmente, a ausência deles (azoospermia), o homem não conseguirá engravidar naturalmente a mulher. Ainda assim, é possível que ele tenha as células reprodutoras. Elas não estariam sendo ejaculadas por outros fatores, como obstrução das vias seminais.



Para saber se há produção de espermatozoides, é feita uma avaliação da qualidade genética do homem. São pedidos dois exames, feitos pelo sangue. O de cariótipo analisa todos os 23 pares de cromossomos. O de microdeleção analisa apenas o cromossomo Y. "Isso não significa que o cariótipo seja mais completo. Ele analisa se há uma alteração estrutural maior no gene da pessoa. A microdeleção avalia uma parte muito pequena do cromossomo Y", explica Fabio Pasqualotto, diretor do centro de reprodução humana Conception, de Caxias do Sul (RS).



Esse cromossomo é responsável pela definição do sexo masculino e está relacionado à produção de espermatozoides. Se uma pequena parte dele está faltando, o que leva o nome de microdelação, o homem pode apresentar poucos espermatozoides ou mesmo nenhum.



Existem três tipos de microdeleção, divididos pela zona em que acontecem. Dependendo da parte que está faltando na célula, é possível saber se vale a pena fazer o procedimento de procura de espermatozoides. Normalmente, há duas técnicas para obtenção de espermatozoides quando eles não aparecem naturalmente no sêmen: a punção ou a biópsia. Como nos casos de microdeleção as chances de se encontrar espermatozoides são menores que o normal, normalmente o método utilizado é de corte, mais invasivo que a punção. "Esse exame serve como uma orientação para biópsias de testículo. Uma biópsia não é uma coisa agradável. Você tem tomar anestesia e tirar um pedacinho do testículo", afirma o médico.



Diferentes zonas

As regiões de microdeleção do cromossomo Y são chamadas de AZFa, AZFb e AZFc (sigla do inglês para fator de azoospermia).



Quando há uma alteração na zona a, o homem não tem produção de espermatozoides. Ele deve partir então para uma adoção ou doação de gametas se quiser ter um filho.



Quando a zona b é a afetada, significa que a maturação desses gametas é interrompida. Nesse caso, há 30% de chance de encontrar espermatozoides no testículo.



Se a alteração é na zona c, há uma diminuição da produção, mas ela ainda acontece. É o cenário mais positivo, com 70% de chances de encontrar as células reprodutoras.



Feito o diagnóstico, o homem com alterações nas zonas b ou c é quem escolhe se quer partir para a biópsia do testículo e extrair os possíveis espermatozoides. "O médico não decide nada. É o homem que vai decidir o que quer fazer. É preciso explicar tudo para o paciente", diz o médico. Extraídos os espermatozoides, eles fecundarão o óvulo por técnicas de fertilização

in vitro

.



É importante que ele saiba também que, por se tratar de uma característica genética, o filho do sexo masculino possivelmente apresentaria o mesmo problema. No entanto, a microdeleção do cromossomo Y não está relacionada a outras doenças.



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Fonte: Cross Content
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