Um barranco na Mata Atlântica com 30 graus de inclinação e dois anos de burocracia. Esses foram os dois obstáculos que o arquiteto Silvio Sant´Anna, do escritório paulista Vidal & Sant´Anna Arquitetura, teve que vencer para construir, no litoral norte de São Paulo, uma casa para dois irmãos. A região é de preservação e, mesmo atendendo a todos os requisitos ambientais, foi necessário muito tempo até o projeto ser aprovado. A execução, no entanto, levou apenas quatro meses. Ao fim, os clientes conseguiram uma residência em comunhão total com a natureza. Já o escritório levou, em 2011, o Prêmio Planeta Casa, na categoria Projeto Arquitetônico.
A execução do projeto mostra a preocupação de Sant´Anna com a questão ambiental. “Quisemos construir o mais rápido possível, pois canteiros de obra danificam muito o ambiente.” A estrutura da casa ficou pronta em apenas dois meses e meio, e, em mais um mês e meio, ela estava inteiramente montada. Os curtos quatro meses de obra só foram possíveis porque a residência é feita basicamente de madeira e vidro. Mas quem pensa que o uso do material vegetal afeta o caráter sustentável da construção, está enganado. “Usamos apenas madeira com certificação ambiental”, conta o arquiteto.
Outro detalhe que torna o projeto sustentável foi a instalação das colunas de sustentação, que produzem impacto mínimo no solo. O litoral norte é região de Mata Atlântica, e nela a camada de terra costuma ser superficial, com rochas logo abaixo. O que impede deslizamentos é justamente a vegetação e a trama que ela cria sobre essa camada rochosa. “A casa não toca o chão, e, com os poucos pilares, conseguimos manter as características do terreno.”
A construção tem 155 m2 e abriga duas suítes, um quarto, um lavabo, sala de estar, sala social, toalete, cozinha, área de serviço e um amplo terraço. Apesar do tamanho, a residência se mantém dentro do limite de ocupação máxima de 10% do terreno, especificado para aquela região. Além disso, houve impacto mínimo na vegetação. A prova? É preciso alguma atenção para ver que existe uma casa no meio da mata.
O arquiteto Silvio Sant´Anna, do escritório Vidal & Sant´Anna Arquitetura, teve que vencer a burocracia e o declive do terreno para executar o projeto desta casa ambientalmente sustentável. Informações: (11) 3256-2977
Foto: Divulgação: Fran Parente
O terreno fica no meio da Mata Atlântica e tem um declive de 30 graus
Foto: Divulgação: Fran Parente
Por se situar em região de preservação ambiental, foram necessários dois anos até o projeto ser aprovado pelas autoridades responsáveis
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Depois de aprovado, bastaram quatro meses para executar todo o projeto
Foto: Divulgação: Fran Parente
A rapidez na execução foi possível graças ao uso apenas de madeira e vidro no projeto. Para quem pensa que o material vegetal afetaria o caráter sustentável do projeto, Silvio Sant´Anna alerta: Usamos apenas madeira com certificação ambiental
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A construção em pouco tempo faz parte do caráter sustentável do projeto. Quisemos construir o mais rápido possível, pois canteiros de obra danificam muito o ambiente, diz Silvio Sant´Anna
Foto: Divulgação: Fran Parente
Uma preocupação era interferir o mínimo possível nas características do solo
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Silvio Sant´Anna explica que essa região da Mata Atlântica caracteriza-se por uma camada de terra superficial, que fica por cima de rochas. Por isso, é uma área muito sujeita a deslizamentos
Foto: Divulgação: Fran Parente
É a trama formada pela vegetação que mantém o solo no lugar, e, por isso, era fundamental mantê-la intacta, o que significava também não mudar o curso natural da água da chuva
Foto: Divulgação: Fran Parente
A casa não toca o chão. Ela fica suspensa sobre alguns poucos pilares. Com isso, há uma redução significativa do impacto da construção
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A casa tem 155 m2, o que significa que ela está no limite de ocupação permitido para a região: 10% do terreno
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Nesse espaço, distribuem-se, na parte superior, uma sala de estar...
Foto: Divulgação: Fran Parente
...uma cozinha...
Foto: Divulgação: Fran Parente
...e dois terraços: um maior, de um dos lados da sala...
Foto: Divulgação: Fran Parente
...e outro, menor, que avança em direção ao mar
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A parte inferior é destinada às áreas privadas, como as suítes...
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...que são acompanhadas de uma varanda em toda sua extensão...
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...e a uma área para yoga, à qual se chega pelo terraço
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O arquiteto conta que essa área de meditação acabou, com o tempo, virando mais um quarto, que se juntou ao outro existente e às duas suítes
Foto: Divulgação: Fran Parente
Um dos três banheiros da construção. Dois ficam nas suítes e um é para uso das visitas
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A vegetação foi tão preservada que a casa fica escondida em meio à mata
Foto: Divulgação: Fran Parente
Ao fim, os irmãos receberam um lugar de lazer para passar o tempo com suas famílias...
Foto: Divulgação: Fran Parente
...e o escritório Vidal & Sant´Anna recebeu o Prêmio Planeta Casa pelo projeto