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Tapetes de material reaproveitado têm apelo ecológico

Feitas de fibras naturais ou de restos de outras matérias-primas, as peças costumam ser feitas por pequenas comunidades ou artesão

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Para que tapete persa ou de arraiolo? Peças com fibras naturais (como bambu, juta, lã e palha de bananeira) ou feitas a partir de material reaproveitado podem ser mais ecológicos e dar um toque original aos ambientes. Incentivam, no primeiro caso, a produção de pequenas comunidades e, no segundo, a reciclagem.

A Vitrine, marca da rede paulista Casa Fortaleza, tem uma linha dedicada aos materiais e técnicas brasileiras. “A linha Tapetes do Brasil foi concebida, essencialmente, com fibras naturais e artesanato proveniente de associações de várias regiões, como Bahia, Rio Grande dos Sul e São Paulo, que trabalham manualmente a fibra da banana e do sisal”, explica o diretor comercial, Marcílio Marques.

O tapete de palha de bananeira, por exemplo, aproveita o caule da planta – geralmente descartado sempre que se colhe um cacho da fruta.

Aproveitar também é palavra-chave na obra da tecelã Claudia Araujo, que confecciona peças com fibras de PET provenientes de garrafas usadas. “O PET é uma fibra semelhante ao poliéster, que se adaptava bem às exigências do mercado para um tapete durável, de fácil manutenção, sustentável e de toque agradável”, afirma.

As garrafas passam por um longo processo de higienização e derretimento até se transformarem num filamento mais fino que um fio de cabelo. A partir daí, as fibras vão para o tear manual. Os tapetes podem ser exclusivamente de PET ou vir misturados ao algodão. A produção, segundo, Claudia, é de um 1 m² de trama por dia.

Outro material reaproveitado é a lona – tanto a tradicional, de caminhão, como a militar. Segundo Tatiana Gabriel, diretora de marketing da JRJ Tecidos, são usadas lonas de algodão puro no transporte da carga agrícola no Brasil. “A carga é viva e precisa respirar”, comenta.

A vida útil desse material varia entre três e cinco anos. Após esse período, ele é comprado dos caminhoneiros e transformado em tapete. “Compramos a lona velha, usada e suja. O produto é lavado e desinfetado. Cada peça vem com muita história, um tipo de escrito, um remendo e manchas de óleo da estrada. Tudo isso a gente mantém, porque é história e confere um aspecto único ao produto”, afirma Tatiana. “Vira um produto totalmente novo.”

Esse tipo é valorizado em outros países, como os Estados Unidos, e, portanto, muito exportado. A lona de caminhão também é usada na fabricação de cúpulas de abajur, sofás, pufes e até tênis.

A lona militar faz o caminho inverso: é importada (da Índia). Sem ser tingida, é lavada e cortada em quadrados ou retângulos, de acordo com a peça a ser confeccionada. Os tapetes são costurados à mão, inclusive quando a decisão é transformar as peças em patchwork, com vários retalhos do tecido.

Além de poder ser misturado à fibra de PET, o algodão aparece como componente único em muitas peças.  A JRJ tecidos tem até um modelo fabricado a partir das sobras da malha de algodão. A peça fica com um aspecto rústico que combina bem com bordados artesanais.

A marca Vitrine, por sua vez, reaproveita fragmentos de antigos tapetes orientais. “Na coleção Patchwork pegamos tapetes já usados, fazemos retalhos e costuramos uns aos outros. Todo o processo é feito à mão. São usados dois tapetes para fazer uma peça, que recebe tingimento. A graça é ter esse efeito antigo”, diz Marques.

Fonte: PrimaPagina
Fonte: Terra
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