Surgidos em Nova York na década de 1970, os lofts revolucionaram a arquitetura ao abolir as divisões entre cômodos e criar amplos espaços integrados. Inicialmente o conceito só se aplicava a antigos galpões transformados em residências, mas hoje é cada vez mais comum ver apartamentos tradicionais em que as paredes são derrubadas para ampliar o espaço útil do imóvel.
Esse tipo de planta garante fluidez ao ambiente, principalmente se os móveis certos forem usados para organizar o espaço. Existem duas opções: utilizar os próprios móveis para dividir o ambiente em subáreas ou transformar tudo em uma grande sala.
Se o apartamento for pequeno, vale a máxima “menos é mais”. “O melhor neste caso é assumir que o lugar é pequeno e investir em um sofá grande em vez de vários moveizinhos. Isso garante que o espaço seja melhor aproveitado e o cômodo não fique atravancado com obstáculos”, explica a arquiteta Patricia Fairbanks, de São Paulo. Se a ideia é economizar espaço, outra boa alternativa são os móveis de dupla função, como uma mesa de centro que tenha prateleiras ou que encaixe um pufe na parte inferior.
Outra dica é manter a unidade na decoração e na cor e não esquecer dos acessórios. “Cores claras ampliam o ambiente, o que é ótimo para locais pequenos. Se for para dar cor, o melhor é eleger uma parede só, e deixar o resto com uma base neutra para não carregar o ambiente. Tem que ter cortina, caso contrário a sala fica pelada, mas pode ser algo mais leve”, defende Patricia.
Prós e contras
Nem tudo são flores, no entanto, para quem derruba paredes. Se, por um lado, se ganha espaço, por outro, se perde a privacidade. O designer de interiores Roberto Negrete, de São Paulo, alerta que é preciso pensar bem antes de tomar a decisão. “Vale a pena se a pessoa mora sozinha e não tem empregada diariamente. Mas tem que ter cuidado com a cozinha para não acabar com cheiro de bife na fronha”, afirma Negrete.
Adeus, paredes: neste projeto da arquiteta Tania Eustáquio um apartamento tradicional ganhou ares de loft. Informações: (11) 3085-8748
O aparador que vai de uma extremidade a outra da sala aproveita a grande área da parede e dispensa outros móveis para guardar livros, DVDs e eletrônicos
Para o designer de interiores Roberto Negrete, o mais importante na hora de ampliar o ambiente é procurar ajuda profissional. É complicado mexer na estrutura, principalmente em apartamentos, porque afeta as unidades dos outros andares. Um engenheiro calculista de estrutura vai dizer com propriedade quais paredes podem ser derrubadas sem que a sustentação do imóvel seja comprometida, explica. Informações: (11) 3082-5156
Nesta sala, projeto da arquiteta Camila Klein, as salas são integradas, mas mantêm sua autonomia com a divisão das subáreas de jantar e estar feita pelos móveis. Informações: (11) 5041-4529
Foto: Divulgação: Camila Klein Arquitetura e Interiores
O living é separado das outras partes do ambiente por dois extensos sofás
Foto: Divulgação: Camila Klein Arquitetura e Interiores
A porta de acesso à área externa é grande e transparente, o que permite que a varanda interaja naturalmente com a sala
Foto: Divulgação: Camila Klein Arquitetura e Interiores
Se o espaço é um problema, vale investir em móveis que desempenham dupla função, como essa mesa de centro, que guarda livros na parte inferior. O projeto é do arquiteto Diego Revollo. Informações: (11) 3722-4605
Foto: Divulgação: Camila Klein Arquitetura e Interiores
Um banco faz a divisão entre a sala de estar e a de TV. O encosto do sofá serve de apoio para o banco
Foto: Divulgação: Diego Revollo Arquitetura
Uma poltrona média é a melhor opção para um local de passagem que leva ao lavabo e ao hall de entrada
Foto: Divulgação: Diego Revollo Arquitetura
Neste loft, projetado pela AMMA boutique de Arquitetura, as paredes de alvenaria foram substituídas por divisórias baixas de marcenaria. Informações: (11) 4113-5663
Foto: Divulgação: Diego Revollo Arquitetura
Elas servem como parede e cabeceira da cama ao mesmo tempo
Foto: Divulgação: AMMA boutique de Arquitetura
O apartamento reformado pela equipe da MVP Arquitetura é bem grande: tinha quatro suítes e três salas. Antes a sala era mais subdivida por móveis que por paredes. Informações: (11) 3078-8835
Foto: Divulgação: AMMA boutique de Arquitetura
Depois que a população da casa caiu de cinco para duas pessoas, o quebra-quebra começou. Depois da reforma as salas de estar e de jantar e o terraço viraram uma coisa só, com um sofá de 4,20 m de comprimento
Sou contra fazer várias miniáreas, especialmente se o lugar for pequeno. Assume que é pequeno e coloca um sofá grande, algo que vai aproveitar o espaço e não atravancar o ambiente, defende a arquiteta Patricia Fairbanks. Como o morador coleciona quadros, foi importante deixar as paredes livres para exibir as peças
A parede e a porta do terraço foram substituídas por várias peças de vidro, que deixam a passagem mais fluida e permitem que entre mais luz solar no ambiente
Depois da reforma a porta sumiu e a posição das poltronas passou a favorecer a circulação. Foi possível encaixar até uma pequena mesa de jantar no canto
Quem ficou no apartamento foram pai e filho. No lugar da decoração familiar, os arquitetos apostaram em elementos masculinos e cores mais neutras como marrom, branco e azul marinho
Já na entrada do pequeno apartamento projetado pela arquiteta Natalia Zapata percebe-se que a parte social é toda conectada: sala de estar, copa e cozinha receberam o mesmo piso e estão a passos de distância. Informações: (61) 3037-2148
Foto: Divulgação: Natalia Zapata Arquitetura e Design
A cozinha é praticamente um corredor, mas foi possível anexar a sala de jantar graças à bancada em L, que faz as vezes de mesa
Foto: Divulgação: Natalia Zapata Arquitetura e Design
Fizemos esta integração principalmente para conseguir ganhar mais espaço visual na sala, explica Natalia
Foto: Divulgação: Natalia Zapata Arquitetura e Design