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Ioga beneficia mais de mil jovens internos em São Paulo

20 ago 2014 - 13h00
(atualizado em 21/8/2014 às 15h30)
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<p>H&aacute; mais de uma d&eacute;cada, o m&eacute;dico homeopata C&eacute;sar Deveza ministra aulas de ioga para internos de 12 a 21 anos incompletos, do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Funda&ccedil;&atilde;o Casa) em S&atilde;o Paulo</p>
Há mais de uma década, o médico homeopata César Deveza ministra aulas de ioga para internos de 12 a 21 anos incompletos, do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa) em São Paulo
Foto: @projeto.yam/Facebook / Reprodução

Alívio de tensões físicas e psíquicas, melhor qualidade de vida e potencial humano bem desenvolvido. Esses são os princípios do Projeto Yam, cooperativa de 32 voluntários que ensina ioga aos internos do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa), na cidade de São Paulo. Liderada pelo médico homeopata César Deveza, 56 anos, a atividade é desenvolvida há quase uma década, com garotos dos 12 aos 21 anos incompletos.

Para ingressar no projeto, é necessário ser praticante da técnica, mas não instrutor, já que o projeto também capacita novos instrutores (segunda vertente do trabalho).

Atualmente, a empreitada, que beneficiou mais de mil jovens, funciona no Centro de Internação da Vila Maria. “Porém, houve na Praia Grande, São Vicente e São José dos Campos, Varginha, em Minas Gerais, e na Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul, com instrutores que fizeram sua formação no Projeto YAM e fundaram seus próprios projetos com outros nomes”, enumera Deveza.

O afeto é importante no olhar e no toque físico. No final, eles fazem questão de nos cumprimentar, com abraços, batendo os ombros, algo de mano. Eles nos incorporam nesse carinho, afirma Deveza
O afeto é importante no olhar e no toque físico. No final, eles fazem questão de nos cumprimentar, com abraços, batendo os ombros, algo de mano. Eles nos incorporam nesse carinho, afirma Deveza
Foto: @projeto.yam/Facebook / Reprodução

As aulas acontecem duas vezes por semana, com uma hora e meia, separada em teoria e prática, com cada turma tendo, em média, dez internos. “O afeto é importante no olhar e no toque. No final, eles fazem questão de nos cumprimentar, com abraços, batendo os ombros, algo de ‘mano’. Eles nos incorporam nesse carinho”, revela Deveza.

“Muitas pessoas pensam que, por uma série de crimes que cometeram, os internos têm uma essência negativa, porém, descobrem exatamente o contrário. A ioga passa ética e valores diferentes, para trazê-los a um lado da vida, antes desconhecido. Essa visão mais realista é como os jovens nos veem, todavia, na prática, não são agressivos com os instrutores, até por ser um projeto voluntário e estarmos lá por amor.”

O Projeto Yam conta, hoje, com 32 voluntários que não precisam de uma instrução específica em ioga para darem aulas aos jovens internos, pois, a capacitação é prestada aos novos instrutores
O Projeto Yam conta, hoje, com 32 voluntários que não precisam de uma instrução específica em ioga para darem aulas aos jovens internos, pois, a capacitação é prestada aos novos instrutores
Foto: Projeto Yam / Reprodução
Comoção origina o Projeto Yam

No seu trabalho como médico, Deveza perdeu, em 2004, um paciente, aos 17 anos de idade, baleado com dois tiros por outro jovem da mesma faixa etária. A impotência que sentiu na época foi o insight necessário para dar vida ao que hoje é conhecido como Projeto Yam.

“Lembro-me que, na primeira aula, após uma atividade de relaxamento, um dos meninos levantou, me abraçou e deitou novamente. Aquela foi uma das experiências mais fortes que tive na vida”, conta Deveza.

A clínica homeopática de Deveza serve de plataforma para organizar ações pontuais na Fundação Casa como festas de Final de Ano, Natal, Páscoa, e Dia das Crianças. “Os comes e bebes, somos nós que levamos, contudo, eles fazem questão de nos servir, para retribuir o que fazemos por eles, algo extraordinário, muito bom”, afirma Deveza.

“Como os programas são direcionados especificamente para as necessidades de cada população, estamos estudando um novo projeto para atender também as internas da Unidade Belém da Fundação Casa, em São Paulo.”

Fonte: Dialoog Comunicação
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