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Engenheiro reforma ponto de ônibus e alegra passageiros

21 ago 2014 - 13h01
(atualizado em 31/8/2014 às 19h06)
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<p>El Dash, que mora em frente ao local, se incomodava com a sujeira dos passageiros, e sempre limpava o acúmulo de lixo. Um dia, ele se perguntou o porquê daquele espaço não estar em boas condições e concluiu que tudo estava sujo e desarrumado</p>
El Dash, que mora em frente ao local, se incomodava com a sujeira dos passageiros, e sempre limpava o acúmulo de lixo. Um dia, ele se perguntou o porquê daquele espaço não estar em boas condições e concluiu que tudo estava sujo e desarrumado
Foto: Ahmed El Dash / Divulgação

“O ambiente pode influenciar o modo como preservarmos e enxergamos um local à nossa volta.” O insight foi do professor aposentado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o egípcio Ahmed El Dash, 73 anos, ao reformar um ponto de ônibus, em abril de 2013, localizado entre a Avenida Luiz de Tella e a Rua Desembargador Antão de Moraes, na Cidade Universitária, que abriga 5 mil casas e aproximadamente 40 mil moradores, no bairro de Barão Geraldo, em Campinas, interior de São Paulo.

El Dash, que mora em frente ao local, se incomodava com a sujeira dos passageiros, e sempre limpava o acúmulo de lixo. Um dia, ele se perguntou o porquê daquele espaço não estar em boas condições e concluiu que tudo estava sujo e desarrumado.

“Eu resolvi, então, limpar o local, pintá-lo, fazer daquele espaço um ambiente mais agradável. Todo mundo ao meu redor achava que eu era louco, e que em uma semana, as pessoas iriam destruí-lo, mas mesmo assim insisti para ver o que iria acontecer.” 

<p>El Dash, com residência fixa à frente do local, se incomodava com a sujeira dos passageiros, e sempre limpava o acúmulo de lixo </p>
El Dash, com residência fixa à frente do local, se incomodava com a sujeira dos passageiros, e sempre limpava o acúmulo de lixo
Foto: Ahmed El Dash / Divulgação

Depois de quatro dias de reforma, com recursos próprios, o auxílio de um pintor e de um pedreiro, a transformação: um local limpo, com jornais afixados em um mural; revisteiro, água filtrada, copos, lâmpada, a estrutura de concreto e os bancos pintados com tinta óleo. E ainda um jardim e azulejos na parede do muro situado atrás do ponto, em uma casa que pertence ao filho de El Dash. 

“Na hora em que começamos o trabalho, ninguém nos ajudou. No entanto, quando terminamos, muitas pessoas expressaram suas opiniões e comentários agradecendo e elogiando a ideia. O impacto foi muito bom, e só de ninguém ter quebrado nada nem jogado lixo fora do lugar, já prova a efetividade da obra.”

Convite inicial estendido

El Dash se formou em Engenharia no seu país natal e fez especializações na área relacionada a alimentos, nos Estados Unidos. Em 1974, foi convidado a fundar essa cátedra na Unicamp, com um contrato de dois anos, porém, o tempo passou, e ele se encontra há quatro décadas no País. “Senti amor pelo Brasil, desde a primeira visita e, hoje, é uma ótima realidade estar aqui.”

<p>Na hora em que começamos o trabalho, ninguém nos ajudou. No entanto, quando terminamos, muitas pessoas expressaram suas opiniões e comentários agradecendo e elogiando a ideia, relata El Dash</p>
Na hora em que começamos o trabalho, ninguém nos ajudou. No entanto, quando terminamos, muitas pessoas expressaram suas opiniões e comentários agradecendo e elogiando a ideia, relata El Dash
Foto: Ahmed El Dash / Divulgação

Inspirado pela iniciativa, no bairro de Guará, próximo ao Barão Geraldo, um comerciante também reformou um ponto de ônibus, em frente à própria loja. “Eu observo como as pessoas reagem a essas ações, e penso em reformar um ponto, na frente do escritório, para torná-lo mais moderno, com instalação de computadores, acesso à internet, e um rádio. O custo é baixo, contudo, o impacto que as pessoas sentem é muito grande”, conclui El Dash.

Fonte: Dialoog Comunicação
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